No início da noite faltava apurar apenas uma urna do Acre para concluir a totalização dos votos do referendo no qual 63,94% dos eleitores decidiram não proibir o comércio de armas de fogo e munição no País. O porcentual de eleitores que votaram a favor de proibir ficou em 36,06%.
A última urna a ser apurada estava na localidade acreana de São Salvador, no meio de um seringal. Por causa da dificuldade de acesso ao lugar, a máquina teria de ser transportada em um helicóptero das Forças Armadas para o município de Mancio Lima, onde os votos dos 315 eleitores do local seriam totalizados. Até as 19h isso não tinha ocorrido.
Com a urna eletrônica, adotada no sistema eleitoral brasileiro em 1996, a apuração foi acelerada.Além das dificuldades de acesso a regiões isoladas, a Justiça Eleitoral enfrentou nesse referendo os problemas decorrentes da seca na região da Amazônia. No povoado de Urucurazinho, a consulta foi cancelada porque a urna eletrônica não chegou ao local de votação. Em outras localidades afetadas pela estiagem, a urna chegou com dificuldade e também foi retirada com dificuldade. Ao invés do tradicional meio de transporte fluvial, a Justiça Eleitoral teve que usar helicópteros e até cavalos.
O maior índice de Não foi no Rio Grande do Sul, onde 86 83% dos eleitores votaram contra a proibição do comércio de armas de fogo e munição. O Sim teve melhor desempenho no Estado de Pernambuco, com um percentual de 45,51%. Do eleitorado de mais de 122 milhões de pessoas, 1,39% votou em branco e 1,68% nulo. A abstenção foi recorde: 21,85%.