Até o começo da tarde de hoje a Varig já havia cancelado 58 vôos nacionais e internacionais por falta de combustível e outros entraves burocráticos, conforme informações extra-oficiais. No Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, foram suspensas 20 rotas internacionais – as outras 38 são domésticas. Com exceção dos vôos com destino a Madri, na Espanha, e Londres, na Inglaterra, previstos para esta noite, todos os trajetos internacionais foram cancelados.

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Outro motivo apontado pela suspensão das rotas seria o fato de que a Varig teve que tirar de circulação 11 aeronaves que pertencem à Internacional Lease Finance Corporation (ILFC). Na última segunda-feira, a ILFC ameaçou que pediria medidas extraordinárias da Corte de Falências do Distrito Sul de Nova York para que a Varig cumprisse a ordem de devolução das aeronaves.

Entre as medidas classificadas como extraordinárias que a ILFC iria sugerir ao juiz Robert Drain, na audiência desta semana, estariam desde multa até pedido de prisão para os representantes da Varig nos Estado Unidos por "violação às ordens" determinadas pela Corte norte-americana.

Por conta dos problemas, passageiros que à noite tomariam o vôo com destino a Londres – previsto para sair com duas horas de atraso – tentavam embarcar nos da British Airways com o mesmo destino.

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Consumidor

A Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-SP) reiterou nesta terça-feira os direitos do consumidor na crise da Varig. A companhia aérea, que passa por um processo de recuperação judicial, vem cancelando vôos desde o dia 9 de junho. O Procon-SP afirma que os consumidores que possuem passagens e milhagens têm direitos, e ressaltou que continua "acompanhando atentamente a situação".

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Segundo explicou o órgão, "as milhagens caracterizam-se pelo pagamento antecipado por uma prestação de serviço", e portanto, trata-se de um direito do consumidor que pagou para obtê-las.

O Procon e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) reúnem-se amanhã para discutir os novos posicionamentos a respeito da situação da Varig e as garantias dos clientes que são prejudicados. A crise financeira enfrentada pela empresa atinge diretamente a população. Prova disso é a eficiência operacional da companhia no cenário nacional, que caiu de 82% em janeiro para 55% em maio, segundo a Anac.

O órgão de defesa do consumidor recomenda aos consumidores que possuem pontos acumulados em milhagens "que imprimam e guardem os seus extratos de pontuação, assim como os e-tickets e as passagens". Conforme informou o órgão, "essa documentação seria imprescindível no caso de uma eventual ação judicial contra a empresa".