Torcedores do Palmeiras são condenados a 14 anos por morte de jovem

Dois torcedores do Palmeiras acusados de participação na morte do corintiano Marcos Gabriel Cardoso Soares, em maio de 2004, foram condenados nesta quinta-feira (15) a 14 anos e quatro meses de prisão. Alessandro Almeida Borges Pereira, 26 anos, e Edmilson José da Silva, de 31, já cumpriram dois anos e oito meses da pena. Os advogados dos dois recorreram da sentença e aguardam por novo julgamento.

Marcos não fazia parte de nenhuma torcida organizada. Ia ao Morumbi para assistir a partida entre Corinthians e Palmeiras pelo Campeonato Brasileiro. A partida terminou 4 a 0 para o Palmeiras. Ele estava com uma camisa branca, sem nenhum símbolo que remetesse a seu time de coração. Encontrou-se com dois amigos e se juntou a uma turma de torcedores das organizadas do Corinthians. Na estação Barra Funda do metrô, cruzaram com os palmeirenses. O confronto aconteceu na rua da Várzea, esquina com o Viaduto Pacaembu, a poucos metros da sede da Mancha Alviverde.

Como o grupo de palmeirenses era maior, a maioria dos corintianos fugiu. Mas Marcos e outros garotos foram cercados e espancados com objetos encontrados em uma construção. Tudo foi registrado por câmeras da Rede Record.

No fim da confusão, Marcos foi levado ao Pronto Socorro Municipal da Barra Funda, Hospital Álvaro Dino de Almeida, onde foi examinado e liberado. Voltou para casa, falou com a mãe sobre a briga e dormiu. Na manhã seguinte, sentiu tonturas, foi levado a um pronto-socorro na Zona Leste e depois, ao Hospital Santa Cecília, onde morreu dois dias depois da agressão.

A irmã de Marcos, Francis Cardoso Soares, acha que a justiça foi feita. Mesmo assim, lamenta pelas famílias dos dois condenados. "Os dois foram flagrados na confusão e assumiram que participaram. Sentimos pela família dos agressores que também estão sofrendo, mas eu não vou ter meu irmão de volta", disse.

No novo julgamento, o advogado de Anderson, Roberto Ribeiro, alegará que as testemunhas de acusação não foram claras sobre a participação de seu cliente no crime. "Uns disseram que estavam a 10 metros da cena, outros a 50, e ainda assim reconheceram que o Anderson foi quem deferiu os golpes na vítima. Precisamos rever isso", disse.

Entre os sete membros do júri, quatro voltaram contra Alessandro e cinco contra Edmílson.

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