Terminou, após quase nova horas de sessão, o julgamento de Edmilson José da Silva e Alessandro Almeida Borges Pereira, torcedores do Palmeiras acusados de espancar Marcos Gabriel Cardoso Soares, de 16 anos, em 2004. O adolescente acabou morrendo.
A sentença foi lida às 3h05 desta madrugada no Fórum da Barra Funda, na zona oeste da cidade, pela juíza Luciane Figueiredo, do 5º Tribunal do Júri de SP. O julgamento começou com duas horas de atraso pois Luciane teve de determinar a busca em casa de alguns jurados em substituição aos que faltaram. Contra Edmilson, o placar condenatório do júri foi de 5 x 2; já contra Alessandro foi de 4 x 3. Edmilson e Alessandro foram condenados a 14 anos, 4 meses e 24 dias de prisão.
No dia 3 de maio de 2004, Marcos Gabriel, que seguia para o estádio do Morumbi para assistir à partida entre Corinthians e Palmeiras, foi espancado cruelmente por um grupo de torcedores palmeirenses na esquina da Rua da Várzea com a Avenida Pacaembu, na região da Barra Funda, próximo à sede da Torcida Organizada Mancha Verde.
Após o espancamento, o jovem foi encaminhado para o Hospital Municipal Álvaro Dino de Almeida, na Barra Funda, onde foi atendido por um cirurgião e liberado sem que a família fosse notificada. No dia seguinte, em casa, Marcos morreu. A acusação queria a condenação por homicídio triplamente qualificado, o que poderia resultar numa pena de 30 anos de cadeia.
O advogado de Edmilson, Francisco Carlos da Silva, afirmou que vai recorrer da sentença alegando que o júri estava ainda sob efeito emocional causado pela morte cruel do menino João Hélio, arrastado por bandidos pelas ruas na cidade do Rio.