Tony Blair diz que, depois do Iraque, Coréia do Norte é o alvo

O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, afirmou hoje à Câmara dos Comuns que depois de “solucionar o conflito” com o regime iraquiano, a ONU deverá “enfrentar as ameaças da Coréia do Norte”.

“Devemos enfrentar essas empresas e indivíduos que exportam armas de destruição de massa”, disse Blair em um discurso, no qual ele defendeu a posição de seu governo com relação ao Iraque.

A Grã-Bretanha e os EUA são acusado de adotarem tratamentos diferenciados com o Iraque e a Coréia do Norte – ameaçando Saddam Hussein com a guerra, mesmo sem ter evidências de que ele possui armas nucleares, e usando a diplomacia com Kim Jong-il, que possivelmente já possui algumas bombas atômicas.

A Coréia do Norte pediu hoje aos EUA que retirem todas suas armas nucleares da Coréia do Sul, o que, segundo Washington, já foi feito 12 anos atrás. O pedido parece ser uma tentativa de apresentar os EUA como uma ameaça militar real na crise sobre o programa nuclear norte-coreano.

Pyongyang também acusou hoje os EUA de adotarem a estratégia da “serpente” e usarem a disputa nuclear para destruir o país comunista. A acusação foi feita após o presidente americano, George W. Bush, advertir em seu discurso sobre o estado da União que o país comunista sofrerá o isolamento e sanções econômicas a menos que abandone suas ambições nucleares.

Apesar das acusações contra Washington, negociadores norte-coreanos reiteraram hoje a um enviado sul-coreano que o impasse só será resolvido por meio de um diálogo direto com os EUA. Lim Dong-won, enviado do presidente sul-coreano, Kim Dae-jung, retornou hoje a Seul após esperar em vão um encontro com o líder norte-coreano, Kim Jong-il. Lim descartou a possibilidade de uma rápida solução para a disputa nuclear, dizendo que haverá um “longo e gradual processo”.

Lim, no entanto, retornou a Seul com a promessa das autoridades norte-coreanas de que estudarão os pedidos da Coréia do Sul, entre eles o retorno ao Tratado de Não-Proliferação Nuclear e o fechamento de suas centrais nucleares.

A Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) informou hoje que sua junta de 35 países poderá reunir-se amanhã informalmente para marcar uma sessão sobre a crise norte-coreana. Nessa sessão será estudado o envio do caso ao Conselho de Segurança da ONU.

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