O doleiro Antônio Oliveira Claramunt, o Toninho da Barcelona, afirmou, nesta terça-feira, que nunca prestou serviços ao PT ou qualquer outro partido político. "Em meus clientes, em minhas movimentações, não havia políticos nem dinheiro público", declarou.

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Ele disse que teve como clientes juízes e policiais federais, mas ressaltou que a maioria dos seus clientes era pensionistas estrangeiros erradicados no Brasil que recebem cheques nos valores entre US$ 300 e US$ 400.

Toninho da Barcelona ressaltou ainda não acreditar que o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, tenha cometido algum tipo de fraude ao enviar dinheiro ao exterior. "A operação que ele mandou de US$ 59 mil, deve ter sido por uma questão de celeridade, por um favor, por uma dívida. Não sou ninguém para julgar. Mas não acredito que tenha sido um acordo para planejar ou fraudar", declarou. O doleiro afirmou ainda que não enviou dólares ao exterior para o ministro Márcio Thomas Bastos.

Toninho presta depoimento, neste momento, à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos, que apura a relação das casas de jogos com o crime organizado e com a prática de lavagem de dinheiro. Barcelona está preso desde agosto de 2004, em Avaré, no interior paulista, por remessa ilegal de dinheiro para o exterior. Estima-se que tenha movimentado, em apenas uma de suas contas, mais de US$ 190 milhões. O doleiro veio a Brasília escoltado pela Polícia Federal.

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