O doleiro Antonio Oliveira Claramunt o Toninho da Barcelona, disse há pouco aos parlamentares das CPIs dos Correios, Bingos e do Mensalão, que ele foi o primeiro a falar na corretora Bônus Banval, citada nas denúncias do esquema de pagamento do mensalão. "Depois que eu falei da Bônus Banval, essa empresa começou a ganhar espaço no noticiário", disse Toninho da Barcelona, ao se referir ao depoimento que prestou à CPI dos Correios na prisão, em São Paulo.
O doleiro também fez questão de lembrar que antes de ser preso e condenado a 25 anos de cadeia, ele era um empresário com 6 mil clientes e 80 funcionários. Segundo Barcelona, a empresa dele tinha autorização do Banco Central para atuar no mercado de câmbio. Durante o depoimento, o doleiro também afirmou que jamais transitou em suas contas qualquer centavo de dinheiro público do narcotráfico e do tráfico de armas. Barcelona disse que nunca teve uma conta CC-5 (não-residente no País). Segundo ele, esse tipo de conta se desenvolveu mais rapidamente depois do fisco da poupança, decretado no governo do ex-presidente Fernando Collor de Mello. Para Barcelona o descrédito com as instituições financeiras, provocado pelo confisco, fez aumentar as operações CC-5. Ele também disse que seus clientes eram todos "pessoas de bem". O doleiro afirmou ainda aos parlamentares que jamais fraudou qualquer documento relativo a transações cambiais. Com isso ele garantiu que nunca cometeu nenhuma irregularidade que resultasse prejuízo para as reservas internacionais no País.