O governo fez o que julgou possível em sua arte de criar ilusões e continua vendendo a idéia de que o Produto Interno Bruto (PIB), soma de todas as riquezas produzidas no País no período de um ano, vai crescer 4% no atual exercício. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo, bem mais otimistas, acreditam que a expansão poderá chegar a 4,5%, numa tentativa de dourar a pílula que os demais setores da economia enxergam em acentuado tom de chumbo.

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Nas contas do mercado, instituição acarinhada pelos setores de governo quando os interesses mútuos predominam sobre questões epidérmicas, o índice do crescimento do PIB em 2006 sofreu novo abalo e a estimativa caiu de 3,5% para 3,2%. Até 10 de agosto, economistas relacionados com grandes empresas trabalhavam com a projeção de crescimento de 3,6%, mas pela quarta semana consecutiva o índice vem desabando lentamente.

De acordo com o jornal Valor Econômico, estão em queda as projeções de crescimento de todos os setores da economia, do PIB industrial ao da agropecuária, passando pelo setor de serviços. Voltando o foco para 2007, a melhor perspectiva para o crescimento do PIB não vai além de 3,5% e também é sofrível, pois já se chegou a pensar em 3,7%.

Como no último ano do atual governo, o primeiro do próximo, tudo levando a crer que presidido pelo mesmo Luiz Inácio Lula da Silva, o crescimento da economia brasileira deixará a desejar e, pior, deixará o País ainda mais distante da retomada dos níveis de investimento produtivo em projetos de desenvolvimento sustentável, algo tão vago quanto as fantasias dos alquimistas da Idade Média.

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Um grande executivo ouvido pelo citado jornal, Alfredo Setúbal, vice-presidente do Banco Itaú, enfatizou que a instituição chegou a pensar num crescimento do PIB de 3,5%, mas reduziu a estimativa para 3%, diante da carga de incertezas que ronda o empresariado e faz com que não se arrisque além do tolerável. Setúbal afirmou que o Brasil vai ?continuar com crescimento abaixo da média mundial e, entre os emergentes, com crescimento dos mais baixos?.

Os juros continuarão elevados e o poder aquisitivo em queda livre. Na outra ponta, o desemprego seguirá firme e a informalidade estará cada vez mais atrativa. Dos males, o maior.

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