O ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, é o candidato oficial do PSDB à Presidência da República desde a convenção nacional de domingo, realizada em Belo Horizonte. Seu companheiro de chapa será o senador pernambucano José Jorge (PFL). A mesma convenção ratificou o atual governador mineiro, Aécio Neves, como candidato à reeleição.

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No discurso aos convencionais tucanos, Geraldo, como quer ser chamado agora, deu o tom da campanha presidencial que tem tudo para esquentar, afirmando que o presidente Lula tem um compromisso perante a nação, qual seja a cabal explanação das ações realizadas pelos 40 ladrões da suposta quadrilha denunciada pelo procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, como ?sofisticada organização criminosa?.

A intenção de Alckmin foi associar a pessoa do presidente Lula ao grupo formado pelo ex-ministro José Dirceu, e assim deverá ser ao longo de toda a campanha tucana mediante o discurso afinado da liderança maior da coligação, para tornar convincentes os argumentos de que os desvios éticos e morais do lulo-petismo não ocorreram por geração espontânea.

Alckmin aproveitou o momento da oficialização da candidatura para dar as primeiras pistas do projeto de governo ao assumir o compromisso – aí é que mora o perigo – de encaminhar ao Congresso, na primeira semana depois da posse (caso eleito) uma proposta de reforma tributária que diminua os impostos e livre o contribuinte dos grilhões atuais. O tucano deu a entender, sem explicar como vai concretizar o extraordinário avanço, que o empresário deve ter condições de produzir, gerar empregos e ajudar a desenvolver o País, sem ter no encalço um sócio oportunista para abocanhar parte substancial duma renda que pouco ajudou a formar.

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Com todo o respeito merecido pelo ex-governador paulista, ainda não há parâmetros suficientes para avaliar a dimensão real da proposta assumida de transformar a gestão federal num paraíso sem arrocho fiscal, burocracia desnecessária, cabides de emprego, eliminação da corrupção e eficiência comprovada pela cidadania.

E, preso às dificuldades inerentes aos homens públicos, que quase sempre acabam sufocados pelo colorido invólucro de suas boas intenções, das quais o inferno está cheio, Alckmin tem tudo para esgrimir razões se não iguais, pelo menos bastante parecidas com as do ilustrado tucanão que passou oito anos aninhado em Brasília…

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