Um gibi vai ajudar a população a entender melhor o processo de adoção do país. Foi lançado hoje pelo Tribunal de Justiça do Paraná o ?Brasilzinho-Adoção? que será distribuído em escolas. Segundo o juiz da 2.ª Vara da Infância e Juventude, Fabian Schweitzer, existe uma visão equivocada de que o processo para adotar uma criança é demorado e burocrático.
A criançada vai levar para casa o gibi e de quebra os pais também vão ficar sabendo mais sobre o assunto. Nele há informações sobre o processo legal de adoção e também orienta as pessoas a não ?pegar? crianças para criar sem a autorização da Justiça. De acordo com Schweitzer as histórinhas vão ajudar a conscientizar as pessoas e deste modo ajudar as crianças que vivem hoje em casas lares à espera de uma família.
No estado há 350 crianças e adolescentes prontas para a adoção. Pelo cadastro de pais o número é suficiente para cada uma ganhar um lar. São 220 pessoas brasileiras e mais 150 estrangeiros. O problema é que, principalmente os brasileiros, só querem bebês saudáveis e de preferência branquinhos. Mas a maioria das crianças tem mais de cinco anos e é morena ou negra. ?Quanto mais a exigência dos pais, mais é a demora para ter a criança?, explica o juiz.
Schweitzer diz que a sociedade brasileira não está sensibilizada para a adoção tardia e nem para adotar grupos de irmãos. Ele afirma que a prática é comum na Europa porque lá já foi desenvolvido este tipo de cultura. O juiz ressalta que os pais tem medo de pegar crianças maiores porque acham que elas não vão incorporar seus valores e haverá dificuldade de adaptação. ?Os filhos sempre dão problema, sendo adotados ou biológicos?, diz.