Tiroteio em metrô deixa um morto e provoca pânico em passageiros

Uma história de extorsão, que tem como vítima M.S.A.V, de 39 anos, moradora do Jardim Paulista, zona sul de São Paulo, terminou hoje em tiroteio, com uma morte e muito pânico entre passageiros na Estação Brigadeiro do metrô, na Avenida Paulista, cartão-postal da cidade.

O morto, segundo a Rota, é o acusado da extorsão. Ele levou quatro tiros: dois no peito, um na barriga e um no pulso direito. Foi levado para o Pronto-Socorro Vergueiro e não havia sido identificado até as 17 horas. Aparentava 22 anos. Tinha um segundo comparsa, que fugiu.

O tiroteio ocorreu junto das catracas, às 9h45. Havia ali umas 20 pessoas. Por três minutos houve correria, gritos, gente se jogando no chão. Foram disparados seis tiros (cinco dos policiais e um do acusado), segundo a Rota. Mas uma testemunha contou nove. Com o morto, foram encontrados um revólver calibre 38 e uma pistola ponto 380.

Com medo, M. não quis falar com a imprensa. Os policiais informaram que ela vinha recebendo ameaças por telefone desde agosto. Um homem exigia R$ 30 mil. Depois, baixou para R$ 15 mil. O local da entrega do dinheiro foi imposto pelo acusado.

O primeiro encontro foi marcado para domingo, às 10 horas, mas a vítima não compareceu. O homem a ameaçou novamente e outro encontro foi acertado, para as 10 horas de hoje. Ela chamou os policiais da Rota, que avisaram o supervisor da estação e, às 9h30, montaram a campana.

M. estava com uma blusa vermelha – a cor era exigência do acusado. Ele chegou às 9h45, chamando-a pelo nome, e ela lhe passou um saco de plástico preto no qual deveria estar o dinheiro. Mas só havia jornal. Começou o tiroteio.

O desempregado Paulo Roberto de Souza, de 23 anos, morador de Itaquera, estava próximo das catracas. “Fiquei olhando, parado. Eu não sabia o que fazer”, disse Souza. A dona de casa Ana Maria Angulo Valera, de 60 anos, que tem problemas cardíacos, passou mal e precisou tomar remédios para se acalmar. “Era muito tiro. Eu fiquei apavorada”, contou.

Souza viu uma mãe com uma filha de 6 ou 7 anos que, em desespero, com medo de bala perdida, arrastou a menina pelo braço e desceu por uma escada rolante, que subia. “O que mais me impressionou foi a menina”, disse Souza.

O estudante universitário Paulo Roberto Campos, de 26 anos, passava pela catraca na hora do tiroteio. “O cara (o morto) caiu bem do meu lado. Perdi a noção do tempo. Estou tremendo até agora.”

Durante o tiroteio, um trem passou pela Estação Brigadeiro sem parar, por medida de segurança. Mas não houve atrasos, segundo o Metrô. Dois acessos à estação foram interditados.

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