Pavor, angústia e dor para centenas de famílias e estupor generalizado de uma sociedade estarrecida diante de tanta desídia das autoridades responsáveis pela garantia de um mínimo de segurança e respeito pela vida é o saldo aterrador da tragédia anunciada da explosão do Airbus A320 da TAM, que no começo da noite de terça-feira, 17, cruzou a pista principal do Aeroporto de Congonhas, SP, arremeteu sobre a Avenida Washington Luís e se chocou com um edifício da própria companhia, causando pavoroso incêndio e a morte de pelo menos 200 pessoas, entre passageiros, tripulantes e funcionários em terra.

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Tão logo recebeu a informação, o presidente Lula convocou reunião de emergência dos principais ministros no Palácio do Planalto, despachando para São Paulo o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, para acompanhar in loco as investigações das causas prováveis do acidente.

Até o final da noite fatídica para a aviação civil do País, o governo havia sido capaz de emitir apenas uma nota de pesar aos familiares das vítimas, que se batiam em Porto Alegre e São Paulo, origem e destino do vôo 3054, em busca de notícias que a empresa aérea não tinha condições de fornecer. A estapafúrdia paralisação atingiu também a Infraero e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Somente na manhã de ontem, a TAM liberou a lista dos 162 passageiros embarcados em Porto Alegre, 18 funcionários em trânsito e seis tripulantes. Além desses, pereceram no acidente cerca de 15 empregados da unidade de encomendas expressas que funcionava no prédio incinerado. Até o meio-dia bombeiros ainda trabalhavam na localização de corpos carbonizados, e o IML somente conseguira identificar uns poucos.

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Desde setembro passado, com o choque do Boeing da Gol e o jato Legacy, a aviação civil entrou numa crise sem precedentes de atrasos abusivos e cancelamentos de vôos nos principais aeroportos do País, debitada às precárias condições de trabalho dos controladores que operam equipamentos eletrônicos obsoletos.

Líderes governistas no Congresso não esconderam o mal-estar e passaram a defender a prorrogação do prazo de duração da CPI do Apagão Aéreo, agora investida de uma relevância que muitos fizeram questão de negar.

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