Rio ? O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, abriu a possibilidade de que um dos líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcos Williams Camacho, o Marcola, seja transferido para um presídio federal. A vaga, segundo ele, ficará a disposição do governo de São Paulo. O Departamento Penitenciário Federal já tem conversado com autoridades da área de segurança de São Paulo, do Rio de Janeiro e de outros estados. "A gente pretende usar isso como um regulador de estoque nos sistemas penitenciários estaduais, a fim de evitar que os cabeças continuem nos lugares onde eles não devem estar", explica o ministro.
Marcola é um dos líderes da facção criminosa PCC. O governo do Estado de São Paulo atribuí a onda de ataques a insatisfação dos presidiários com a gestão dos presídios. Até agora, mais de 100 pessoas morreram desde o início dos ataques. Para o ministro, a palavra-chave para resolver a situação de violência no país é integração, através da construção de um sistema de Segurança Pública Único no Brasil, com gabinetes de gestão integrada em cada Estado, afastando a idéia de rivalidade, através de um trabalho de cooperação.
Durante a participação do Fórum Nacional, no Rio de Janeiro, o ministro disse que esse processo de integração já foi iniciado, mas ainda não está concluído, embora já esteja funcionando bem em alguns estados. Um dos instrumentos para o combate ao crime de que o governo federal vai fazer uso são as penitenciárias de segurança máxima, acima de qualquer fraude.
Thomaz Bastos anunciou que na próxima semana será formada a primeira turma de guardas penitenciários federais, bem pagos, que irão zelar pelos presos a serem transferidos para essas unidades especiais. O governo central inaugura no próximo dia 20 de junho o primeiro presídio federal de segurança máxima, no interior do Paraná, onde estarão disponibilizadas algumas centenas de vagas, revelou o ministro Márcio Thomaz Bastos.
Ele informou que o governo pretende levar para lá bandidos considerados de alta periculosidade oriundos de todo o país. "Para lá só vai gente VIP, só gente escolhida. É uma prisão de segurança máxima, onde não entra celular, onde tem um dos mais modernos aparelhos de raio X que pega droga, pega tudo. É só você passar por aquele quadrado".
Em julho deste ano será inaugurada a segunda unidade dessa rede de presídios federais de segurança máxima e até o final de 2006 estão previstas inaugurações de outras duas prisões, totalizando as primeiras cinco unidades com a entrada em funcionamento de um novo presídio no início de 2007. "Eu acredito que com isso, com a rede de presídios federais funcionando a partir desse, nós vamos ter possibilidade de ‘girar’ com essas pessoas e de poder ajudar na desarticulação dessas quadrilhas", estimou.
