Os Estados Unidos teriam de suspender as sanções que existem há décadas contra o Irã e, provavelmente, assegurar que Washington não tenha políticas voltadas para mudar o regime de Teerã. Assim o Irã poderia resolver com os países ocidentais o impasse sobre seu programa nuclear, segundo informações vazadas da resposta iraniana à resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) que exige a suspensão do enriquecimento de urânio, informou hoje o jornal inglês The Guardian.
O Irã teria exigido firmes garantias de comércio e fornecimento de tecnologias nucleares, além de um cronograma mais breve para a implementação dos acordos. Os iranianos teriam pedido mais segurança nas promessas do ocidente antes de decidir se interrompe o enriquecimento de urânio e inicia uma nova relação política e econômica.
Alemanha, China, Estados Unidos, Grã-Bretanha, França e Rússia ofereceram ao Irã em 6 de junho um pacote de incentivos para que o país abandonasse as atividades de enriquecimento de urânio e recebesse em troca tecnologia avançada, reatores de pesquisa nuclear e a suspensão das sanções americanas. Na terça-feira, o Irã entregou sua resposta a representantes desses países sem divulgar os detalhes e manifestou sua disposição de ingressar em negociações já no dia seguinte.
Ontem, diplomatas reunidos em Viena comentaram que os países possivelmente rejeitariam a resposta iraniana. De acordo com eles, o documento de 25 páginas não sugere a paralisação da atividade e menciona apenas vagamente a disposição do Irã de discutir todos os aspectos de seu programa nuclear.
O enriquecimento de urânio é um processo essencial para a geração de combustível usado no funcionamento das usinas nucleares. Em grande escala, também pode resultar em material próprio para carregar ogivas atômicas. Os EUA acusam o Irã de desenvolver em segredo um programa nuclear bélico. O governo iraniano nega e assegura que suas usinas atômicas têm fins estritamente pacíficos de geração de energia elétrica.
