"Não sou respeitado". O lamento foi pronunciado no fim da noite da sexta-feira (25) pelo jogador Carlos Tevez, enquanto era entrevistado pelo programa "A Última Palavra", do canal Fox Sports na capital argentina. Tevez referia-se ao tratamento que recebeu nos últimos meses no Brasil por parte de setores da torcida do Corinthians e do técnico Emerson Leão. Sobre o técnico, foi categórico: "é um antiargentino".
O jogador afirmou que "quando as coisas estão bem, te tratam bem…mas, quando acontece algo errado, não perdoam de forma alguma, e eles te relembram que você é argentino".
"Minha família sofreu um montão. Por isso tomei a decisão de ir embora", explicou, depois de ilustrar com um episódio no qual a camionete que Tevez dirigia, e na qual estava sua pequena filha, foi atacada a chutes por torcedores irados.
Na única ocasião em que fez declarações públicas desde que partiu inesperadamente de São Paulo, onde deixou pendentes um treinamento e um jogo com o Corinthians, Tevez sustentou que não pretende voltar ao Brasil e que deseja partir para a Europa – onde vários times estão interessados nele – de forma imediata. Desde que desembarcou em Buenos Aires, Tevez dedicou-se a passar seu tempo livre com os parentes e amigos. Ele também está aproveitando sua estadia para gravar o segundo CD de seu grupo musical, o "Piola Vago" (Espertalhão Vagal).
"A segurança de minha família é a coisa mais importante para mim atualmente", afirmou o jogador durante a entrevista. "Quero ir embora por causa do ambiente que estamos vivendo", disse, indicando que teme atos de violência contra ele e seus parentes em São Paulo. "A qualquer momento pode acontecer qualquer coisa. As pessoas estão muito loucas…"
Segundo Tevez, não foi um ato de rebeldia partir de São Paulo. O jogador sustentou que o presidente do MSI, Kia Joorabchian, lhe deu uma licença por alguns dias. Diante das câmeras, Tevez mostrou a carta, que lhe concede uma folga de dez dias.
Segundo Tevez, a única forma de voltar a jogar no Corinthians seria se os torcedores pedissem: "se as pessoas me pedirem que eu volte, voltaria. Mas, seria necessário mudar um monte de coisas".
