A testemunha ocular do assassinato da missionária
Dorothy Stang, cuja identidade está sob sigilo, identificou, nesta
sexta-feira, Rayfran das Neves Sales como o executor do crime no último
sábado. O reconhecimento do assassinato se deu por meio de fotografias.
O promotor de justiça Sávio Brabo de Araújo, do Grupo Especial de
Prevenção e Repressão às Organizações Criminosas do estado, deu
detalhes do reconhecimento que aconteceu em Anapu (PA). Segundo ele, a
testemunha fez a identificação desde a primeira vez em que viu a foto e
não titubeou. "A testemunha estava tranqüila, serena e muito segura da
identificação", afirmou.
Para o delegado Valdir Freire, um dos comandantes das investigações do
assassinato, os próximos passos da operação estão ligados à captura dos
suspeitos. Nesta quinta-feira, a Polícia Federal reconheceu que
trabalha com a hipótese de que os quatro suspeitos de envolvimento no
assassinato da missionária norte-americana Dorothy Stang ainda estejam
na região de Anapu, interior do Pará, escondidos na selva.
Quanto à morte dos outros dois agricultores, não existem elementos e
nem suspeitos para nenhuma conclusão sobre resolver o caso. "Nada vai
ser elucidado enquanto não for concluído o inquérito", disse o delegado
ao fazer um balanço das investigações. "Com sete dias para pegar três
crimes já está até muito adiantado."
O delegado ainda comemora a chegada do Exército no município. Valdir
Freire deve colaborar com o inquérito porque muitas testemunhas dos
conflitos fugiram de Anapu com medo das mortes e devem voltar com a
sensação proporcionada pelas tropas militares.