O secretário do Tesouro Nacional, Tarcísio Godoy, afirmou ontem (15) que o governo tem espaço para a ampliar o Programa Piloto de Investimento (PPI) sem afetar a sustentabilidade das contas públicas. Segundo ele, cálculos do Tesouro mostram que a dívida pública continuará a cair mesmo com a ampliação dos investimentos do PPI, programa que permite a redução da meta do superávit primário do setor publico, hoje de 4,25% do Produto Interno Bruto (PIB).

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"O impacto de um PPI maior não é significante do ponto de vista da trajetória da dívida", assegurou Godoy. Ele disse que é o processo de queda de juros que, ao reduzir a despesa financeira do governo, abre espaço para elevação do PPI. "A redução da carga de juros permite que se discuta a melhor eficiência na alocação de recursos e se considere a ampliação do PPI.

A justificativa é de que, com juros mais baixos, investimentos que antes tinham taxa de retorno inferior ao custo da dívida agora podem ser feitos. "Quando a taxa de juros cai, aquele investimento que não compensava fazer porque o custo da dívida era grande passa a ser interessante", argumentou.

Aumentar os investimentos públicos é um dos pontos principais das medidas que serão anunciadas na semana que vem pelo governo. Boa parte desses investimentos será incluído no PPI. Godoy ponderou que não haverá mudança nos critérios de escolha dos investimentos que podem entrar no PPI.

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"A filosofia continua a mesma: investimentos com alta taxa de retorno final", disse. Godoy argumentou que até mesmo casas populares podem ser consideradas investimentos com retorno "à medida que reduzem as despesas do governo com saúde".

O secretário contestou as avaliações de que o Tesouro está mais tolerante com a expansão dos gastos públicos. "Nada mudou, o Tesouro continua austero, tão ou mais do que sempre foi", garantiu.

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Segundo ele, não procede a avaliação de que os investidores estão desconfiados da política fiscal do Brasil. "Quem não está acreditando? O risco País só cai! Ele cai justamente porque há confiança.

Godoy considera natural a desconfiança de alguns analistas em relação às medidas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que o governo vai anunciar na semana que vem. Para ele, essa atitude sempre ocorre quando o governo está às vésperas de anúncio de medidas importantes.