Com a melhora do humor no mercado financeiro internacional, os investidores estrangeiros aumentaram o interesse por novos papéis da dívida externa brasileira. A redução das turbulências e a volta da demanda pelos bônus externos provocaram fortes rumores de novas captações do governo brasileiro. Depois da Colômbia, Uruguai e Argentina, que lançaram novos papéis nos últimos dias, os investidores aguardam a vez do Brasil.
Mas o secretário do Tesouro Nacional, Carlos Kawall, jogou um balde d’água fria nas especulações e avisou ontem que o governo não tem pressa. Segundo ele, o momento não é bom, já que em breve começa o período de férias no Hemisfério Norte e, depois disso, o Brasil entra no período pré-eleitoral. "Há apetite por parte dos investidores, pois o universo de papéis de países emergentes em dólar tem se reduzido", disse Kawall.
O secretário-adjunto do Tesouro, Paulo Valle, não descartou, no entanto, operações de trocas de papéis para melhorar o perfil da dívida externa. Nessas operações, o Tesouro troca títulos menos líquidos por outros com maior liquidez e prazo mais longo. Valle destacou que o Tesouro está muito avançado na sua estratégia de captações externas para este ano e 2007. Dos US$ 9 bilhões previstos no cronograma de captações, o Tesouro Nacional já conseguiu captar US$ 5,3 bilhões.