O Brasil é um dos países que mais criaram empregos nos últimos três anos, de acordo com um estudo divulgado hoje (9) pela Secretaria do Tesouro Nacional, do Ministério da Fazenda. O documento afirma que a quantidade de empregos criados no Brasil foi próximo ao número de postos de trabalhos abertos nos Estados Unidos, que têm um crescimento econômico mais rápido e uma força de trabalho duas vezes maior que a brasileira.
"Uma comparação mais ampla, embora um pouco mais arriscada devido às diferenças estatísticas subjacentes, sugere que a geração de empregos no Brasil também foi robusta vis-à-vis diversos países emergentes", afirma o Tesouro Nacional.
A única ressalva do estudo é em relação ao mercado de trabalho na Índia e na China, pois o Tesouro avalia ser "improvável" o Brasil conseguir igualar-se ao crescimento desses dois países.
O Tesouro estima que, entre 2003 e 2005, foram gerados entre 5 milhões e 7 milhões de empregos formais e informais no País. Para fazer o cálculo, o órgão usou dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), realizada pelo IBGE em 2003 e 2004. Segundo o estudo, para cada emprego formal criado em 2003 foi criado 1,2 emprego informal naquele ano. No ano seguinte, essa proporção aumentou para 2,7 empregos informais.
Utilizando uma estimativa "conservadora" para calcular a criação total de empregos nos últimos três anos, considerando que para cada emprego formal foi criado 1,5 informal, o Tesouro calculou que a criação de empregos superou 5 milhões no período. E, numa estimativa mais otimista, com a geração de 2,2 empregos informais para cada posto de trabalho formal, esse número ultrapassa os 7 milhões.
"Embora a análise das estatísticas domésticas seja interessante por si só, para que tenhamos a real percepção da vitalidade do mercado de trabalho no Brasil, é útil comparar os dados de geração de empregos do Brasil com os de outros países", justifica o documento, mesmo admitindo as dificuldades para realizar estas comparações, já que as metodologias e os períodos disponíveis variam entre os países.
O ex-ministro do Trabalho e consultor autônomo Edward Amadeo disse que o mais importante nos dados do último triênio é o crescimento do emprego formal que, segundo ele, teve um crescimento baixo nos anos anteriores. "Isso aconteceu pela mesma lógica da queda do risco Brasil (que indica o grau de risco para investimentos). Mostra que a sociedade aumentou a sua confiança no governo Lula porque não mexeu na política econômica", argumentou. Para Amadeo, o crescimento da economia nos últimos anos, por si só, não explica um crescimento tão acentuado do emprego formal já que, somente em 2002, o País experimentou um crescimento econômico forte.