Brasília – O secretário do Tesouro Nacional, Carlos Kawall, informou hoje (22) que o Brasil voltará a emitir bônus da República em reais no mercado externo, com vistas a cobrir parte das necessidades de financiamento em 2007/2008, estimadas em US$ 14,193 bilhões, dos quais a maior parte (US$ 8,930 bilhões) no ano que vem.
Kawall afirmou, porém, que, diferentemente de anos anteriores, quando o governo anunciava sua meta de captação no mercado externo para o biênio seguinte, agora não haverá anúncio, porque ?a situação da dívida externa está mais confortável, e o Brasil vem se beneficiando do cenário internacional favorável?.
Em entrevista coletiva no Ministério da Fazenda, o secretário disse que, ?eventualmente, a captação pode até ser zero?, embora o programa de resgates antecipados de títulos continue. As condições de mercado é que vão determinar se haverá captação, ou não, desde que sejam favoráveis ao país.
O secretário disse que a estratégia para captações de curto prazo é determinada pelas necessidades de financiamento, que ?atualmente estão menores que no passado recente?, em razão do crescimento das reservas internacionais, de US$ 70,4 bilhões na última sexta-feira (18), e do forte superávit (saldo positivo) da balança comercial, que nos 12 meses encerrados em julho registrava US$ 45,3 bilhões.
Ele afirmou ainda que, em razão do abatimento e troca de US$ 36,1 bilhões da dívida externa no último ano e da redução da dívida atrelada à taxa básica de juros (Selic) e ao câmbio, houve uma ?minimização considerável? do risco-país, hoje nos níveis mais baixos da história, o que se constitui, segundo ele, numa espécie de seguro contra turbulências externas.
De acordo com dados do Tesouro Nacional, 88,2% da dívida pública federal, que inclui dívidas interna e externa, eram atrelados à taxa Selic e ao câmbio, no final de 2002, e essa participação na composição atual caiu para 47,3%. Segundo ele, isso significa dizer que houve uma redução de risco e conseqüente aumento na credibilidade internacional.
