O terrorista venezuelano Ilich Ramírez Sánchez, conhecido como Carlos, o Chacal, preso há pelo menos 12 anos na França, deverá enfrentar novo julgamento por quatro ataques em 1982 e 1983, que mataram 12 pessoas e feriram pelo menos 100 no país, informou nesta sexta-feira (4) um funcionário do judiciário francês. Segundo as informações, o juiz Jean-Louis Bruguière, magistrado chefe na luta contra o terror no país, ordenou que Ramírez seja levado à Justiça junto com dois alemães e um palestino. A data do julgamento ainda não foi marcada. Se condenados, os acusados terão que cumprir penas de prisão perpétua.
Ramírez, de 57 anos, já cumpre pena de prisão perpétua na França pelo assassinato de dois agentes secretos franceses e um informante da polícia, em 1975. Ele ganhou notoriedade internacional durante a Guerra Fria, ao planejar ataques sangrentos a bomba, assassinatos e seqüestros. Depois de fugir durante anos, Ramírez foi capturado em 1994 no Sudão e levado dentro de um saco por agentes do serviço secreto francês à Paris.
A alemã Christa Froehlich, de 64 anos, o alemão Johannes Weinrich, de 59 anos, e o palestino Ali Kamal al-Issawi, de 65 anos, também enfrentarão julgamento no caso, suspeitos de participação. Investigadores franceses suspeitam que Ramírez instigou os dois primeiros ataques a bomba de 1982, para conseguir a libertação de dois radicais de esquerda, Bruno Breguet e Magdalena Kopp. Em 1982, Kopp era namorada do terrorista.