Um terreno a 15 quilômetros do aeroporto de Brasília é o pivô do mais novo escândalo envolvendo a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero). O assessor da presidência da estatal Josenvalto Reis é acusado de tentar negociar a compra da área de 240 mil metros quadrados, pertencente ao governo do Distrito Federal, para depois repassar a imobiliárias.
A transação, que envolveria o ex-governador e atual senador Joaquim Roriz (PMDB-DF), renderia um total de R$ 160 milhões para os supostos beneficiários do esquema. O terreno seria vendido à Infraero por R$ 41,8 milhões, que em seguida demonstraria falta de interesse no imóvel e repassaria pelo mesmo preço a terceiros. Os compradores poderiam repartir a área em lotes, faturando até R$ 200 milhões.
A denúncia, publicada pela revista Veja desta semana, não foi comentada oficialmente pela presidência da estatal, que cuida dos aeroportos brasileiros. O presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, foi procurado para esclarecer a reportagem, mas não foi localizado. A revista Veja informou que o assessor Josenvalto Reis pediu demissão ontem. Pessoas próximas do brigadeiro José Carlos Pereira reclamam que, em meio à crise do setor aéreo, a estatal virou a "bola da vez".
As imobiliárias teriam decretado guerra à estatal pelo fato de a Infraero ter a opção de compra da área. A empresa é arrendatária do terreno até 2012 e tem prioridade em adquirir o imóvel, que vale hoje, segundo o governo do Distrito Federal, R$ 41,8 milhões. No terreno, a estatal construiria uma sede do centro de treinamento, setor que seria transferido de Guarulhos para Brasília, além de uma sede definitiva.