Terminais parados

Enquanto os políticos brigam, perde a sociedade. Os terminais parados de Colombo simbolizam claramente a péssima relação entre o governo do Estado e a Prefeitura de Curitiba. Por conta de exigências pedidas pela Urbanização de Curitiba (Urbs) à Coordenação da Região Metropolitana (Comec), entidade ligada ao governo estadual, dois terminais novos estão parados, e um em condições precárias atende à população.

Não se discute neste momento quem é culpado e quem é inocente. Prefeitura e governo estadual têm suas razões, ambas – espera-se – querem construir terminais adaptados às necessidades do sistema integrado de transporte coletivo. A população de Colombo espera isto. Mas picuinhas, vindas de onde venham, só prejudicam.

Há algum tempo, o governo do Estado, na sua petulância habitual, suspendeu repasses de verba para Curitiba, alegando dívidas. Após longa tertúlia jurídica e ataques de parte a parte pela imprensa, a relação retomou certa normalidade, mas sem a força necessária para ser ágil e ajudar a população.

Por conta da falta de sensibilidade política, principalmente do lado do Palácio das Araucárias, correu-se o risco de suspender o eficiente sistema de transporte. Todas as linhas dos municípios da Região Metropolitana de Curitiba estão atreladas às linhas intermunicipais, e uma suspensão seria um golpe para centenas de milhares de usuários.

Agora, o caso Colombo afeta grande parcela da população – os que moram lá, os que lá trabalham, os que lá estudam. E, para pior, além dos terminais prontos e parados (Guaraituba e Roça Grande), o terminal do Alto Maracanã está, com o perdão da grosseria, caindo aos pedaços. E aí não são os políticos que pegam os ônibus, são as pessoas que têm horário, que precisam estar sempre prontos para trabalhar jardineiros, guardas noturnos, casais, bilheteiros, bombeiros e babás, como no Brejo da Cruz de Chico Buarque. Os problemas destes parecem não interessar a quem briga por notoriedade ou superioridade.

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