Termina neste final de semana, à meia-noite de sábado (24) para domingo (25), o horário de verão, em vigor desde 5 de novembro nos Estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, além do Distrito Federal.

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Pela trigésima vez desde 1931 ? e como tem sido rotina desde 1985, quando a medida passou a ser regularmente adotada, a maior parte da população do país terá um sábado mais longo, com 25 horas de duração: à meia-noite os relógios devem ser atrasados, voltando a marcar 23 horas. Habitualmente implantado a partir da metade de outubro, época do ano em que os dias começam a ter duração maior que as noites, o início desta edição do horário de verão foi retardado para não atrapalhar o segundo turno das eleições.

Para o sistema elétrico interligado, o saldo do horário de verão é bastante positivo, como sustentam as avaliações preliminares do Operador Nacional do Sistema (ONS). Segundo as estimativas do organismo, a medida permitiu reduzir em 5% a demanda por energia no horário de ponta, período que vai das 19 às 22 horas, quando a solicitação simultânea por eletricidade atinge os patamares mais elevados. Assim, o horário de verão permitiu que 2.100 megawatts de potência não precisassem ser produzidos para atender o atual consumo de energia no momento de maior demanda, o equivalente à capacidade de produção de três unidades geradoras de Itaipu ou à carga máxima do estado de Santa Catarina.

No Paraná, a redução da carga durante a ponta é estimada pela Copel em 6%, ou cerca de 240 megawatts. ?É como se nada que consome eletricidade fosse ligado em Londrina entre 19 e 22 horas?, explica a engenheira Ana Rita Xavier Haj Mussi, gerente do Centro de Operação do Sistema Elétrico da Copel.

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Como funciona

Diferentemente do que imagina boa parte da população, a principal finalidade do horário de verão não é reduzir o consumo de energia elétrica ? embora haja uma diminuição, mas que é muito discreta: algo em torno de 0,5%, decorrência basicamente do menor tempo de uso da iluminação artificial, já que a claridade natural é melhor aproveitada.

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?O uso do artifício de adiantar o relógio no verão visa distribuir de maneira mais racional ao longo do dia a elevação de demanda das diferentes classes de consumo?, explica Ana Rita. ?Ao evitar que o momento de solicitação máxima de uma categoria de consumidores coincida e se sobreponha ao pico de demanda de outras, o horário de verão permite às principais instalações do sistema ? como usinas geradoras, subestações e linhas de transmissão ? operar com maior folga, aumentando a confiabilidade de todo o conjunto?.

Além disso, observa a engenheira, as paradas ou o desligamento de equipamentos e de instalações para serviços de manutenção podem ser realizados com maior segurança.

Aprovação

O horário de verão é uma medida cuja aceitação pela população tem sido acompanhada e medida por agentes do setor elétrico ? como a Eletrobrás ? por meio de pesquisas de opinião. Para a maioria das pessoas, o horário de verão é recebido com simpatia por ?alongar? o final do dia, estimulando atividades de lazer e os passeios em família ou, simplesmente, por aumentar a sensação de segurança no retorno para casa ainda com o dia claro, ao término do trabalho.

Em razão disso, a medida ? que foi adotada de forma esporádica e aleatória durante 35 anos ? consagrou-se como hábito e adquiriu regularidade a partir de 1985. Entre a sua estréia em 1931, por decreto do então presidente Getúlio Vargas, e o ano de 1967, o horário de verão foi instituído em apenas nove oportunidades: em 1932, de 1949 a 1952, em 1963 e de 1965 a 1967.