O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Banestado, senador Antero Paes de Barros (PSDB), informou que os parlamentares têm até domingo para apresentar emendas ao relatório, para que o texto seja votado na próxima terça-feira. Paes de Barros disse que, dentro das explicações preliminares dadas pelo relator, existem fatos que merecem ser apurados e que, no entanto, não são "nem sequer objeto de investigação da CPMI".
O senador negou que tenha adotado procedimentos que dificultaram as investigações, conforme acusou o relator, o deputado federal José Mentor (PT-SP). "Cumpri apenas as deliberações do plenário", disse. De acordo com o senador, não existem dados na CPMI para indiciar Gustavo Franco, uma vez que aplicações de reservas internacionais não são objeto da CPMI.
O senador Pedro Simon (PMDB-RS), por sua vez, disse que o relatório foi a maior frustração de sua vida parlamentar. Segundo ele, dos políticos que conhece, o único citado no relatório é o ex-prefeito Celso Pitta. "É um resultado triste", afirmou Simon.
Mentor também propôs no relatório anistia para brasileiros que aceitarem repatriar dinheiro enviado irregularmente a bancos no exterior. Quem concordar com essa solução poderá trazer o dinheiro de volta sem sofrer punições, com o pagamento de imposto devido. "Esse dinheiro lá fora hoje beneficia exclusivamente o dono do dinheiro e o país que tem o depósito. Lá esse dinheiro está criando emprego. Estou dizendo: traga esse dinheiro para o país", afirmou.
Segundo o relator, a comissão apurou irregularidades em duas estatais: a Companhia de Saneamento Ambiental de São Paulo (Sabesp) e a Companhia Riograndense de Telecomunicações (CRT), que são citadas por irregularidades nos lançamentos de títulos no exterior.