São Paulo – Ao que tudo indica, os estudos da aplicação das cores visando auxiliar a saúde e alterar o comportamento dos seres humanos são milenares. Forte indício disso é que os princípios da cromoterapia integram duas tradicionais medicinas vindas do Oriente: a chinesa e a ayurvédica, de origem indiana. Outro sinal é que seus fundamentos já eram conhecidos no Antigo Egito e na Grécia.
Para equilibrar o ser humano e promover uma melhora em sua saúde, a cromoterapia vale-se sobretudo das sete cores do espectro solar: vermelho, alaranjando, amarelo, verde, azul, anil (ou índigo) e violeta. Segundo estudiosos, essas cores correspondem aos princípios da constituição do Homem. Quando encontram-se equilibradas, sem a predominância de uma ou a falta de outra, o indivíduo está em harmonia em todos os seus níveis de existência: físico, energético, mental, emocional e espiritual. No entanto, quando há desequilíbrio entre esses princípios, o indivíduo se vê afetado negativamente em um ou mais destes níveis.
De acordo com especialistas, a cromoterapia pode ser utilizada como tratamento complementar à medicina convencional – sem quaisquer interferências nas prescrições médicas – ou na terapia preventiva. Segundo eles, outros dois pontos revelam-se favoráveis ao uso das cores de forma terapêutica: a facilidade de aplicação e a eficiência.
Além disso, os benefícios podem ser notados em pacientes de qualquer idade, mesmo os bastante jovens. "Tenho utilizado na orientação dos pais e no tratamento de crianças com hiperatividade e até com diagnóstico de estresse. Para minimizar isso, o ideal é fazer uso de cores mais leves, de azuis e tons pastel como rosa, creme e verde-claro", afirma Etles Maziero, professora de cromoterapia que atua na área desde 1993.
FIO DO NOVELO
A terapeuta recorda que, recentemente, orientou os pais de uma criança que não conseguia dormir. Além de estar cercado por tons escuros como o preto e o marrom, o bebê permanecia em um quarto em que uma lâmpada vermelha era mantida acesa. Além de recomendar a mudança das cores escuras por outras mais claras, Etles aconselhou que o quarto passasse a ser iluminado por uma luz azul ou permanecesse às escuras. E assim foi feito. O resultado foi imediato: a criança passou a dormir sem problemas.
"É preciso achar o fio do novelo", resume Etles ao falar sobre as etapas anteriores à aplicação das cores. Em um atendimento, o cromoterapeuta analisa o caso de cada cliente e estabelece um tratamento personalizado. Em geral, é feita uma entrevista inicial seguida de uma análise psicológica, em que são levados em consideração os motivos que levaram ? sejam eles físicos ou emocionais ? o cliente a procurar a cromoterapia.
E por fim, o cromoterapeuta avalia as melhores cores para eliminar ? ou ao menos minimizar – os desequilíbrios que o paciente apresenta e qual a melhor maneira de utilizá-las naquele indivíduo.
Mas o uso da cromoterapia vai mais longe. A utilização das cores ultrapassa as aplicações em tratamentos físicos e mudanças de comportamento, vale também para a harmonia da casa, do ambiente de trabalho e da vida das pessoas como um todo. Sem deixar de lado até mesmo a alimentação, como frisa Etles: "Nós nos alimentamos de várias formas, existe um ritual também. Um prato colorido, decorado e alegre faz diferença. Traz influências energéticas, além das nutricionais. Quando é preciso tonificar, por exemplo, recomenda-se alimentos vermelhos, que são relacionados com o ferro, como a beterraba, e aos minerais, como o morango. Em dietas de emagrecimento, o melão verdinho-claro é indicado porque é diurético e sedativo. Ele tem componentes adstringentes e acalma."