?A aprovação do Decreto Legislativo que tenta federalizar a administração dos portos paranaenses, pela bancada oposicionista do Paraná, na Câmara Federal, é a apoteose da política burra e inconseqüente de parlamentares, liderados por Ricardo Barros, do Partido Progressista, e a comprovação do desserviço que alguns deles prestam ao Paraná, além do desconhecimento total de nossa realidade.
Querem federalizar, numa primeira etapa, para depois privatizar e embarcar a soja transgênica, numa parceria que, talvez, o senhor Roberto Jefferson poderia explicar. Tentar desestabilizar uma administração que, em apenas dois anos, fez dobrar a receita cambial, através das exportações que são feitas pelo terminal é, no mínimo, suspeita.
Em 2002, a receita cambial era de 4,1 bilhões de dólares. Em 2003, com muito trabalho e a mesma estrutura física utilizada pelo governo anterior, arrecadamos divisas da ordem de 6,5 bilhões de dólares e, em 2004, 8,4 bilhões. Esta é uma realidade e realidade que pouco importa para aqueles que seguem uma política de interesses pessoais.
Em 2003, quando aumentamos a arrecadação de divisas em mais de 2 bilhões de dólares, superamos quaisquer expectativas, ultrapassando os resultados de movimentação de mercadorias em 5 milhões de toneladas. Chegamos a movimentar 33 milhões e meio de toneladas, número que parecia impossível de se alcançar.
Pois bem, alcançamos e foi, repito, com muito trabalho. Trabalho de transparência, de lealdade para com nossos produtores e para com nosso País. Nos criticam que, neste ano, a movimentação está a menor. Está realmente, mas porque a seca quebrou nossa produção agrícola, e aqui no Paraná bem menos que no Rio Grande do Sul, onde as lavouras de soja são, na sua totalidade, de origem transgênica. Assim mesmo, estamos conseguindo resultados além dos esperados.
Enquanto a quebra nas exportações brasileiras do complexo soja chega a quase 20%, no Porto de Paranaguá a redução é de 12%. Mesmo sem embarcar soja transgênica, seguindo a política do Governo do Estado, por não podermos infringir a Lei Federal, que determina a segregação da soja geneticamente modificada, já embarcamos para o mercado internacional quase 6 milhões e meio do complexo soja.
Tecnicamente, ainda podemos melhorar, e muito, esses números, pois diariamente a soja e seus derivados são embarcados em Paranaguá, nos levando a crer que, pelas estatísticas históricas, a safra será escoada de forma lenta, mas até o final do ano.
Estamos tendo também o fator preço, que está muito baixo e vem freando as exportações do produto. A opinião pública desconhece o comportamento do mercado e por isso a oposição, não a consciente e patriótica, mas a oposição canalha se aproveita para formar a opinião contrária aos interesses do Estado e da Nação.
É isso que pretendo esclarecer. O Porto de Paranaguá, apesar de ser o maior em embarque de grãos da América Latina, também é grande no embarque de Cargas Gerais, pelas quais lutamos, pois é esse segmento que gera mais mão-de-obra e é esta a política que perseguimos e não a política do entreguismo e da defesa de interesses pessoais.
Somente no último final de semana foram despachados, em nossos portos, 14 navios. Ontem, foram 11 contra uma média de 6 registrada há 3 ou 4 anos. Nos embarques de produtos industrializados e semi-manufaturados, que fazem parte do segmento Carga Geral, estamos registrando aumento de quase 100 mil toneladas, ou seja, de 734 mil toneladas, contra as 659 mil registradas no ano passado.
Isto representa geração de empregos em todas as áreas e o crescimento das pequenas e médias empresas, de acordo com a política adotada pelo Governo Requião. Esta é a nossa resposta aos que alegam má administração para, numa evidência vergonhosa, arrebanhar vantagens pessoais.
O nosso agricultor, pequeno na maioria, não quer, não planta e não se submete ao pagamento de royalties para a empresa americana Monsanto, detentora da patente dos transgênicos. Somos uma nação livre e vamos continuar na defesa desta liberdade. Aqueles que são contra os interesses nacionais, que lutem para privatizar os nossos portos e toda a estrutura estatal, empobrecendo a Nação e enfraquecendo o Estado?.
Eduardo Requião
Superintendente da Appa