Os Jogos Pan-Americanos do Rio começaram esta semana para as brasileiras do tênis. As oito melhores jogadoras da atualidade, mais duas juvenis, realizaram um encontro inédito na Universidade de São Paulo (USP), na capital paulista, com objetivo de tornar realidade o sonho de uma medalha no Pan, em julho.
Participaram do encontro Jenifer Widjaja (204ª colocada do ranking mundial), Larissa Carvalho (241), Nanda Alves (301), Carla Tiene (367), Rosane Vaisemberg (412), Joana Cortez (446), Letícia Sobral (458) e Teliana Pereira (492). Além disso, as juvenis Alene Benkenbrock e Flávia Borges estiveram presentes.
No encontro, as tenistas passaram por série de testes, avaliações e exames médicos. Mas, para o coordenador técnico do projeto de desenvolvimento da modalidade – criado pela Confederação Brasileira de Tênis (CBT), o francês Didier Rayon, o mais importante é ter todas as atletas juntas, trocando experiências e dispostas a dar um novo destino às suas carreiras.
"Agora, o desenvolvimento do tênis feminino é irreversível", disse um entusiasmado Didier Rayon. Francês radicado no Brasil há 20 anos, ele tem uma história curiosa. Recentemente, pegou os filhos do faxineiro de sua academia de tênis em Curitiba e os transformou em duas grandes promessas: os juvenis Zé Pereira e Teliana Pereira.
O milagre de Didier Rayon também pode ser possível com as atuais tenistas profissionais brasileiras. A idéia é de se fazer um trabalho coordenado, contando com a participação de ex-tenistas como Alexandre Hocevar, Luciana Tella e Sabrina Giusto. E com isso, recolocar uma jogadora entre as cem primeiras colocadas do ranking e conquistar medalhas no Pan.
O tênis brasileiro tem certa tradição no Pan, com medalhas de Gisele Miró, Fernando Roese e até o memorável ouro de Fernando Meligeni, batendo o chileno Marcelo Ríos na final de Santo Domingo/2003. Além disso, tem a própria Joana Cortez – da atual equipe -, que obteve duas medalhas nas duplas, em Winnipeg/99, com Vanessa Menga, e em Santo Domingo/2003, com Bruna Colósio.
No Pan, o torneio feminino de tênis será jogado uma semana antes do masculino, de 13 a 22 de julho. E o Brasil deve ter quatro vagas, sendo três para a chave de simples de 32 jogadoras e uma para as dupla. Mas há a perspectiva de outras participações através de wild cards (convites).
A atual número 1 do Brasil, Jenifer Widjaja, diz estar entusiasmada com a idéia de jogar o Pan. Já Nanda Alves, voltando de contusão, programou um calendário para estar no auge na época do torneio no Rio. E Joana Cortez acha que sua experiência de duas medalhas pode ser importante para sua convocação. Mas as representantes brasileiras do Pan serão conhecidas apenas em maio.