Tendência primordial

Um cenário sustentável para o crescimento da economia, neste e nos próximos anos, é tudo quanto pedem aos céus o presidente Lula e seus principais auxiliares na área das estratégias e planos para o desenvolvimento.

Por seu turno, os setores produtivos propriamente ditos – agropecuária, indústria, comércio e serviços – já delineiam metas a médio prazo, num horizonte que se estende pelo menos a 2010, antevendo resultados alentadores em comparação com o desempenho do último trimestre.

A perspectiva otimista, à qual já nos referimos outras vezes neste espaço, continua forte na percepção de economistas de diferentes orientações, tendo em vista a premissa de que o investimento continuará sendo a motivação primordial da economia brasileira no ano recém-iniciado.

Estimativas indicam que a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que no ano passado se expandiu entre 12,3% e 12,5%, continue a crescer, bem como também é visível a tendência da elevação continuada da taxa de investimentos que, no ano passado, esteve próxima dos 18% do Produto Interno Bruto (PIB).

O economista Luciano Coutinho, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), admitiu que o crescimento do PIB em 2008 poderá chegar a 6%, mesmo que o cenário da economia mundial venha a sofrer alguns percalços. Coutinho revelou que a demanda por investimentos protocolada pela instituição é de R$ 90 bilhões, dos quais o banco pretende disponibilizar R$ 80 bilhões.

A plataforma para essa visão construtivista da economia, segundo o presidente do BNDES, é assegurada pelo potencial conjunto de setores em plena ascensão, tais como o etanol, petróleo e gás e a vasta cadeia da construção civil.

Outra revelação positiva oriunda da gestão pública foi formulada pelo presidente do Instituto de Pesquisa em Economia Aplicada (Ipea), Márcio Pochmann, para quem as medidas anunciadas pelo governo para contrabalançar a perda da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) não diminuirão o ritmo do investimento público.

O dirigente do órgão da administração federal está fazendo uma referência direta aos projetos contidos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), preservados dos cortes orçamentários após a queda da CPMF. O montante desse investimento é de 1% do PIB, fazendo com que a taxa do investimento público em 2008 chegue a 19,2%, a maior desde l970. O Brasil vai tomando jeito.

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