O governo tem uma agenda importante de reformas que deve ter continuidade no futuro. A avaliação foi feita pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, para investidores em Nova York. Nesta semana, o ministro está em peregrinação pelas agências de classificação de risco, para mostrar que o Brasil é menos vulnerável às turbulências externas do que países com classificação melhor do que a do País. Para os investidores, ele manteve o tom que está sendo apresentado às agencias de rating: "estamos procurando reconhecimento de que o Brasil é economia sólida e merece rating maior do que é atribuído".
"Estamos a dois degraus de distância do investment grade (grau de investimento). Mas acredito que estaríamos a menos do que isto", disse aos investidores. Mantega citou a evolução das reservas internacionais do BC, acrescentando que "a pouca vulnerabilidade é inédita na história do País". Para ele, a tendência do risco Brasil continua sendo de maior estreitamento em relação aos títulos do Tesouro dos EUA (Treasuries).
O ministro ressaltou pontos contidos no Plano Anual de financiamento (PAF), indicando que o governo está reduzindo o número de papeis pós-fixados, "que é uma dívida de má qualidade feita em momentos de incerteza", afirmou em evento da Câmara Brasil-EUA. "Agora caminhamos para prefixados e híbridos", completou.
Mantega mencionou o que considera como "revolução de crédito" no País. Com demanda vigorosa para pessoa física, para agricultura, indústria, construção civil e habitação. Ainda, acrescentou que "o mercado de capitais está explodindo. No bom sentido, está crescendo de forma impressionante." Mantega compara que o mercado de capitais girava US$ 24,5 bilhões, em 2002, ante US$ 116 milhões até fevereiro de 2007. "O investimento caminha na frente do consumo. A oferta, na frente da demanda. Isto nos deixa tranqüilos em relação a problemas com inflação", acrescentou.
O ministro reconheceu que o Brasil não conseguirá sustentar o crescimento sem ampliação da infra-estrutura e da logística para transporte. Ele afirmou que, "em breve, será lançada a licitação de rodovias federais". Ele afirmou que infra-estrutura é prioridade. Mantega também destacou a importância da redução de custos financeiros para as empresas. "Trabalhamos para a redução do spread (bancário), afirmou. "Desafio é acelerar crescimento mantendo fundamentos sob controle", completou.
Segundo o ministro, é fundamental a redução do custo tributário para levar "à formalização da economia brasileira e implementar um aumento salutar da arrecadação, ou seja, sem aumentar impostos". "O cenário é favorável para reformas. Temos situação favorável, o que não significa que seja confortável", reconheceu.
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