Em nome da sonhada unidade do PMDB, o presidente nacional do partido, deputado Michel Temer (SP), o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), e o senador José Sarney (AP) se reúnem para um almoço hoje em Brasília. Eles tentam resolver as diferenças e acertar a participação da legenda na coalizão idealizada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A adesão deve ser formalizada na quinta-feira, em reunião do conselho do partido
Embora o discurso seja o da coalizão programática, é a equação da disputa por cargos (nos ministérios, na Câmara e no Senado) que preocupa peemedebistas, assim como o PT e demais partidos. A sucessão na presidência do PMDB, em 2007, também é motivo de apreensão.
"Vamos ver se caminhamos juntos para a unidade do partido. A grande maioria deseja a coalizão", afirmou Temer. Recém-chegado ao grupo governista, após reunião com Lula, ele disse que a legenda possui quadros para compor o futuro governo. "Vai depender do presidente." Em seguida, ressalvou: "Não quero discutir isso agora porque os cargos são conseqüência, não preliminares, senão é fisiologismo.
Na reta final de seu mandato no comando do PMDB, Temer recebeu na semana passada a notícia da candidatura do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Nelson Jobim, para sucedê-lo. E Jobim conta com o aval do Planalto e o apoio de Renan, de Sarney e dos governadores. Do chamado grupo não lulista, o governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli, acha Jobim ‘consensual’ já que Temer afirmou não querer mais o posto. Ontem, disse que até fevereiro vai ‘examinar’ se disputa a reeleição.