O presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer (SP), fez hoje à tarde uma visita de cortesia ao presidente do Senado, senador Renan Calheiros (AL), para selar oficialmente a paz interna no partido. "Foi uma costura difícil e cuidadosa, mas, como não havia divergências pessoais, nos reajustamos politicamente", resumiu Temer, ao final do encontro com Renan.
A cúpula peemedebista no Senado, comandada por Renan e pelo senador José Sarney, (AP) e a direção do partido na Câmara, em que se destacam Temer e o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (BA), estavam praticamente rompidas há três meses. Primeiro, o grupo do Senado apoiou a reeleição do deputado Aldo Rebelo (PCdoB) para a presidência da Câmara, enquanto os deputados liderados por Temer e Geddel trabalharam pela eleição do deputado petista Arlindo Chinaglia (SP).
Logo em seguida, os senadores peemedebistas aderiram à candidatura do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Nelson Jobim contra a reeleição de Temer para o comando partidário. Só agora, em meio à disputa entre os partidos da base governista pelos cargos do segundo escalão federal, o PMDB decidiu se unir. Com isso, Temer consolida sua liderança no partido, superando o boicote de 18% dos convencionais que lhe negaram o voto quando se reelegeu presidente do partido.
Depois do acerto interno, o próximo passo será um encontro mais amplo, marcado para abril, em Brasilia, com participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, das duas bancadas de deputados e senadores e dos governadores do partido.