O presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer, disse nesta sexta-feira que apóia o nome do ex-presidente do Supremo Tribunal federal (STF) Nelson Jobim para sucedê-lo no comando do partido. Em entrevista gravada para o programa "Opinião Nacional", da TV Cultura, que vai ao ar nesta noite, Temer disse ter discutido o assunto com Jobim, a quem afirmou: "Você é meu candidato, tem currículo, mas vamos aguardar até fevereiro ou março.
Temer informou que não pretende impor o nome de Jobim, preferindo que o partido escolha por consenso o futuro presidente. Além disso, argumentou que antes de definir a escolha do novo presidente, o PMDB precisa se dedicar à construção do processo de coalizão com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e às negociações para a composição das novas mesas diretoras da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
O presidente do PMDB considerou "mínima" a possibilidade de a coalizão não ser confirmada na reunião do Conselho Nacional do partido na próxima quinta-feira. "Eu fiz pré-consultas e verifiquei o desejo muito acentuado de fazer a coalizão política", disse. Segundo ele, a possibilidade ficou mais clara depois que o presidente Lula apontou programas e projetos para o País coincidentes com as propostas do PMDB.
Discordantes
Temer assegurou que o partido dará apoio total ao governo no Congresso e mesmo os senadores que discordam da coalizão não deverão prejudicar os entendimentos, mantendo apenas uma posição de independência. "Não vamos nos opor por opor", disseram os dissidentes, conforme o relato de Temer.
O presidente do PMDB, mais uma vez evitou, detalhar as expectativas do partido quanto à participação na equipe do segundo governo Lula. Ele enfatizou que a legenda, "assim como outros partidos", tem quadros qualificados para qualquer ministério, mas os possíveis nomes somente serão discutidos após a aprovação formal da coalizão. "Os cargos podem vir. A decisão caberá ao presidente Lula", comentou. No entanto, Temer negou a possibilidade de vir a participar do governo.
