A cúpula do PSB deixou o Palácio do Planalto dizendo que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva adiou a reforma ministerial para mandar um recado ao PMDB, mas o presidente nacional peemedebista, deputado Michel Temer (SP), não vestiu a carapuça. Embora os socialistas tenham afirmado que Lula só definirá a cota do PMDB depois da sucessão no comando do partido e da garantia dos novos dirigentes de coesão no apoio ao governo, Temer, que é candidato à reeleição, pôs em dúvida a informação e garantiu que o eventual adiamento da reforma não prejudicará sua candidatura.

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"Prefiro ficar com a informação que o presidente deu ao PMDB. Em audiência comigo e os líderes na Câmara e Senado, ele declarou expressamente que faria a reforma logo depois do carnaval", disse Temer, que disputará a convenção partidária com o ex-deputado Nelson Jobim, no dia 11 de março. Como a candidatura de Jobim tem a simpatia do presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), e do senador José Sarney, líderes peemedebistas na Câmara acusaram Eduardo Campos de "prestar serviço" à dupla de senadores ao defender o adiamento. "Mas isto não me prejudica em nada e até facilita minha eleição", insistiu Temer.

Os deputados do PMDB não escondem que têm pressa na reforma ministerial para definir o espaço de poder da bancada. Dizem que ao contrário dos senadores, já contemplados com os ministérios das Comunicações e de Minas e Energia, a bancada da Câmara "ficou sem nada". Informados de que a indicação de José Temporão para o Ministério da Saúde fora feita pelo governador Sérgio Cabral (RJ) a pedido do próprio Lula, os deputados reagem à escolha e ainda querem Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) para o Ministério da Integração Nacional.

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