O presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer (SP), disse hoje, em
entrevista coletiva, que aguarda uma decisão final da Justiça sobre a convenção
do partido, realizada em dezembro do ano passado, para tomar medidas contra os
membros do partido que negociam participação no governo do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva. "Vamos aguardar a decisão final da Justiça, que sai,
acredito eu, no máximo em um mês e meio, para tomarmos as medidas cabíveis",
disse o parlamentar, que, neste momento, participa de ato contra a Medida
Provisória 232, no Clube Espéria, em São Paulo.

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Ele insistiu, entretanto,
que a posição majoritária do partido é de manter-se independente em relação ao
governo e, assim, sem ocupar cargos políticos da administração federal. "Deveria
ser impossível, dentro do partido, se manter as negociações para a participação
no Ministério, porque a decisão da Convenção Nacional é de que os cargos seriam
entregues e o PMDB buscaria um projeto próprio de poder para 2006", argumentou.

"Como pode haver um governo de coalizão, se não há coalizão dentro do
próprio partido? O PMDB precisa se unificar, talvez com a realização de uma nova
convenção, antes de alguns de se seus membros conversarem sobre sua participação
no governo", opinou.

Segundo Temer, o ingresso da senadora Roseana Sarney
(PFL-MA) na legenda seria "bem-vindo", contanto que não fosse condicionada a sua
participação no Ministério de Lula. "O pai dela (senador José Sarney) é um velho
militante do partido e não pode haver rejeição à Roseana. Mas, ela não pode vir
para o PMDB só por ter obtido um ministério", afirmou.

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