O secretário-geral da Telefônica no Brasil, Gustavo Fleichman, disse nesta quinta à presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Elizabeth Farina, que a Telefónica e a Telecom Italia manterão operações separadas no Brasil. A compra da empresa italiana pelo grupo espanhol Telefónica foi fechada no dia 28 de abril, na Itália, e será analisada pelo Cade sob o ponto de vista da concorrência e da concentração de mercado.
Fleichman esclareceu que os conselheiros da Telefónica na Telco (consórcio formado pela empresa espanhola e bancos italianos) não participarão das discussões sobre as atividades da Telecom Italia no Brasil. A companhia italiana é dona da operadora de telefonia celular TIM e tem participação na concessionária de telefonia fixa Brasil Telecom. "O princípio será de manutenção da independência", afirmou o executivo após o encontro.
Ele acredita que esse desenho do negócio pode facilitar a aprovação da compra pelas autoridades brasileiras. "Os contratos contemplam a preocupação regulatória e concorrencial", acrescentou. Segundo Fleichman, a participação indireta na Telecom Italia é "absolutamente" minoritária e não tem reflexos na operação da TIM no Brasil.
O maior problema está na telefonia celular, já que a Telefónica é dona de metade da Vivo, que é a maior operadora do Brasil, com 28,42%. A TIM vem em segundo lugar, com 25,77% do mercado. As duas juntas têm mais de 54,19% do total de clientes.
O secretário-geral da Telefônica disse que o prazo para a empresa notificar a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) sobre a compra termina no dia 21 deste mês. Fleichman também esteve esta semana com os conselheiros da Anatel, que analisarão o negócio do ponto de vista regulatório. A notificação oficial será apresentada à Anatel, que encaminhará uma via dos documentos ao Cade.
"Viemos explicar a operação uma vez que têm sido divulgadas informações que não são corretas", afirmou Fleichman, ressaltando que os esclarecimentos prestados hoje têm ainda um caráter informal.