Telefones fixo e celular começam a convergir na prática

Os serviços de telefonia fixa e móvel começam a convergir para um só aparelho. A Brasil Telecom começa a vender na quinta-feira o Telefone Único, que funciona como fixo, quando está em casa, e como celular, quando está na rua. Desenvolvido em parceria com a Motorola, ele será oferecido inicialmente no Distrito Federal, Rio Grande do Sul e Paraná. Outra operadora, a Telemar, planeja lançar um serviço semelhante, mas ainda não definiu a data.

Segundo o diretor de Marketing da Brasil Telecom, Ricardo Couto, a empresa colocará à venda, inicialmente, 10 mil kits do Único. Cada kit é composto por um telefone celular e um aparelho chamado ponto de acesso, que é conectado a uma linha de telefonia fixa. O ponto de acesso, assim que for conectado à rede fixa, estabelece uma rede de cobertura com raio de 100 metros, dentro da qual as ligações feitas a partir do telefone móvel terão a mesma tarifa de um aparelho fixo.

Além disso, quando o celular estiver dentro dessa área de cobertura, as ligações feitas para o aparelho fixo conectado ao ponto de acesso poderão ser atendidas no celular. "Cerca de 30% das ligações de celulares para fixos são feitas dentro de casa", disse Couto. Segundo ele, o cliente pode também levar o ponto de acesso ao seu escritório durante o dia, de modo a pagar menos pelas chamadas que fizer do celular.

Quando o celular está fora do raio de alcance do ponto de acesso o preço das ligações volta a ser o de um aparelho móvel. Segundo Couto, ao fazer uma ligação do celular para um fixo dentro do raio de alcance, o cliente fará uma economia de cerca de 84%, que é a diferença entre a tarifa paga por minuto de um móvel comum para um fixo (R$ 0,68) e a de um fixo para outro fixo (R$ 0,11).

"É uma grande idéia", disse Luís Minoru Shibata, diretor-geral da consultoria The Yankee Group para a América Latina. "O produto será oferecido por outras operadoras no futuro." A Telefónica já anunciou que quer comprar a parte da sócia Portugal Telecom na Vivo. Isso permitiria oferecer um telefone fixo-móvel em São Paulo, onde a empresa controla a operadora fixa, o que ajudaria também a manter a base de clientes da Vivo. No segundo trimestre, a operadora móvel desconectou 1,6 milhão de assinantes.

Já para a TIM seria mais difícil adotar a estratégia. A empresa decidiu vender sua participação na Brasil Telecom e, por isso, não poderia oferecer os serviços de telefonia fixa.

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