A queda no volume de importações pelo setor de telecomunicações está contribuindo para conter o déficit da balança comercial de eletroeletrônicos. Dados da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) apontam queda de 36% no déficit do segmento nos primeiros nove meses do ano: foram US$ 4,5 bilhões de janeiro a setembro, comparados a US$ 7,1 bilhões em igual período do ano passado.
A área de telecomunicações reduziu as compras externas em 73% no período, com importações totais de US$ 545 milhões. A maior retração foi registrada em equipamentos de telefonia pública, cujas compras caíram 78%.
O movimento reflete o programa de antecipação de metas da Telefônica e da Telemar, que se valeram de grandes volumes de importações para antecipar as obrigações contratuais estabelecidas para 2003. O grosso do programa aconteceu justamente no ano passado , tendo arrefecido somente a partir de setembro, quando a Telefônica conclui a antecipação no Estado de São Paulo.
Pelo lado das exportações, a Abinee registrou pequena queda de 6% no acumulado dos nove meses, somando US$ 3,2 bilhões. A retração foi puxada pela área de informática, que vendeu ao exterior 75% a menos em máquinas de processamento de dados do que em igual período de 2001.
A redução foi em grande parte compensada pela área de telecomunicações, mais especificamente pelas vendas externas de telefones celulares, que cresceram 41% de janeiro a setembro. Foram exportados volumes correspondentes a US$ 763 milhões, comparados a U S$ 540 milhões nos nove meses de 2001.
A elevação foi puxada pela Nokia, que acumula embarques equivalentes a US$ 398,8 milhões até setembro, ante US$ 70,6 milhões do ano passado. A Motorola, maior exportadora brasileira de aparelhos celulares, registra queda de 11% no ano, de US$ 505 31 em 2 001 para US$ 448,94 de janeiro a setembro deste ano.