Técnicos do governo apostam que PIB será revisado para cima

Brasília – Há na equipe econômica a convicção de que os dados do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre, divulgados esta semana, serão revistos e a retração da economia ficará menor. Assim que a queda de 1,2% do PIB foi divulgada, começaram a circular nos escalões técnicos informações de que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) se baseou em dados provisórios para fazer o cálculo.

Segundo técnicos, o cálculo do IBGE levou em conta um desempenho estimado para a pecuária. Além disso, os dados referentes ao desempenho da indústria ainda estavam sendo afinados. O que se ouvia na área econômica não eram críticas à metodologia do IBGE, mas explicações sobre por que o resultado negativo em 1,2% não deve ser motivo de pânico. A confiança de que o resultado deve mudar para melhor baseia-se no fato que o Banco Central e o mercado financeiro não esperavam uma queda nessa magnitude, mas algo mais próximo a 0,5%.

Paralelamente, o Banco Central, que esperava uma queda menor – entre 0,2% e 0,5% – fez circular na equipe econômica um estudo justificando suas previsões. Todo esforço era no sentido de esfriar os ânimos e evitar uma nova carga de "fogo amigo" sobre a política de juros.

O IBGE divulga cálculos preliminares, que depois passam por uma revisão. Por exemplo: o governo passou por um grande desgaste quando se divulgou que em 2003 o PIB havia encolhido 0 2%. Depois de revisto, o resultado negativo transformou-se num crescimento de 0,5%. Na sua reunião com economistas de bancos, ontem, em São Paulo, o diretor de Política Monetária do Banco Central, Afonso Bevilaqua, lembrou que já houve resultados trimestrais do IBGE que passaram por várias revisões. Segundo uma pessoa que assistiu à exposição, ele não disse isso para criticar o IBGE, mas para mostrar que o número é provisório.

A equipe econômica aposta nos dados positivos da economia no quarto trimestre para tirar a política monetária da berlinda. Os cortes nos juros a partir de setembro e a aceleração dos gastos públicos a partir de outubro deverão dar um impulso à economia. O fato de a arrecadação federal ter ficado cerca de R$ 3 bilhões acima do esperado em outubro é vista por integrantes da equipe econômica como um indício de aquecimento da economia. Dados preliminares apontam para uma arrecadação igualmente gorda em novembro.

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