Sem conseguir avançar nas negociações, os técnicos da Receita Federal do Brasil decidiram manter a greve por mais esta semana. Eles querem mudanças na Medida Provisória 258 que criou a Receita Federal do Brasil, órgão que unificou as estruturas da Receita Federal e da Secretaria da Receita Previdenciária do Ministério da Previdência Social.
Segundo o Sindicato Nacional dos Técnicos da Receita Federal (Sindireceita), 87,9% da categoria aprovou a manutenção da paralisação até a próxima segunda-feira, dia 29.
Essa é a sexta semana consecutiva de paralisação dos técnicos. Na última semana, mais de 90% da categoria paralisou as atividades em todo o País, de acordo com informações dos sindicalistas.
O presidente do Sindireceita, Paulo Antenor, lamenta os transtornos que a paralisação possa estar causando, mas ressaltou que o movimento abriu um "canal" maior de debate sobre a criação da Receita Federal do Brasil. Boa parte dessa abertura disse ele, se deve ao movimento dos técnicos da Receita Federal. "Estamos realizando um movimento, principalmente para que o governo nos ouça e discuta o projeto de criação da "Super-Receita" com toda a sociedade, o que não ocorreu até o momento", criticou ele.
Os técnicos esperavam que, com a criação da "Super-Receita", fosse criada uma única carreira funcional, juntando técnicos e auditores da Receita. No entanto, essas expectativas foram frustradas pela MP, que criou um carreira juntando auditores da Receita e do INSS, mas reservou aos técnicos uma função "auxiliar".
Por isso, os técnicos entraram em greve. Os auditores, por sua vez, alegam que atender à reivindicação dos técnicos seria o mesmo que fazer um "trem da alegria", pois eles seriam promovidos a auditores sem ter feito concurso público.