Técnicos começam a procurar focos de barbeiro em SC

Uma força-tarefa com técnicos da Secretaria da Saúde de Santa Catarina e
Ministério da Saúde começam amanhã (23) a procura pelos focos de barbeiro, o
inseto transmissor da doença de Chagas, na região de Itajaí. Oficialmente são 19
casos confirmados, com três mortes e três óbitos sob investigação, além de 12
suspeitos. Houve uma quarta morte, em Jonville, mas o resultado dos exames ainda
não foi divulgado. O paciente, um turista boliviano, ficou internado durante uma
semana e morreu no dia 8 deste mês.

O surto de doença de Chagas na forma
aguda ocorreu entre os municípios de Piçarras e Itajaí, onde todas as vítimas
tomaram caldo de cana em um quiosque ao lado da BR-101, entre os dias 13 e 20 de
fevereiro. Duas crianças e uma mulher de uma mesma família morreram. Desde
segunda-feira, com o alerta da Secretaria da Saúde sobre a necessidade de todas
as pessoas que tomaram caldo de cana da região fizessem exames de sangue, está
havendo filas em laboratórios de Itajaí e Balneário Camboriú.

Durante
toda a manhã de hoje os técnicos estiveram reunidos "para definir a estratégia
de rastreamento da cana-de-açúcar usada nos quiosques para localizar os focos
dos insetos", explicou Paulo Gaeth, da Secretaria da Saúde. Ele disse também que
toda a cana apreendida está sendo analisada.

Quartorze municípios

Em
nota oficial, o Ministério da Saúde diz que há a possibilidade de ter havido
exposição à doença nos municípios de Navegantes, Itajaí, Penha, Piçarras, Barra
Velha, Araquari, Joinville, Balneário Barra do Sul, Garuva Itapema, Camboriú,
Balneário Camboriú, São Francisco do Sul e Itapoá (SC), por residentes em Santa
Catarina ou outros Estados".

Por isso, está orientando as Secretarias
Estaduais e Municipais de Saúde a "encaminhar todas as pessoas que tenham
apresentado exposição à unidade de saúde de referência, para fazer exames e,
quando indicado, iniciar a terapêutica."

"Em Santa Catarina, é comum a
presença do barbeiro, mas não havia a contaminação pelo parasita causador da
doença de Chagas", explicou o diretor do Hospital Nereu Ramos, o infectologista
Antônio Miranda. A principal suspeita é que o parasita tenha chegado até o
Estado em caminhões de carga, o que vai ser investigado pela força-tarefa. Os
técnicos querem ainda determinar se a contaminação ocorreu nos canaviais ou nos
estabelecimentos de venda do caldo de cana.

Segundo o médico
infectologista Luiz Henrique Melo, a contaminação por via oral acelerou o
aparecimento dos sintomas da doença de Chagas. Quando o contágio acontece pela
picada do barbeiro, uma pequena quantidade do parasita é transferida para o
corpo, que tem tempo para dar uma resposta imunológica. Nos casos verificados em
Santa Catarina, houve a ingestão de uma quantidade muito grande do parasita, que
desencadeou o quadro agudo.

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