Brasília ? A Organização Mundial da Saúde (OMS) escolheu o 31 de maio como Dia Mundial sem Tabaco. Este ano, o tema da campanha é "Tabaco: mortal sob todas as formas e disfarces" e o objetivo é mostrar que os fabricantes de cigarro utilizam várias estratégias para aumentar as vendas. A campanha também destaca a necessidade de se criarem regras mais rígidas de fiscalização e comercialização do tabaco e seus derivados.
Em entrevista à Rádio Nacional AM, a técnica da Divisão de Controle de Tabagismo do Instituto Nacional do Câncer (Inca), Vera Colombo, destacou que a construção do Laboratório de Análise, Pesquisa e Controle dos Produtos Derivados do Tabaco, cuja pedra fundamental foi lançada hoje, no Rio de Janeiro, vai ajudar o Brasil a verificar se os fabricantes de cigarros brasileiros cumprem as determinações sobre a redução dos teores de substâncias tóxicas na produção do cigarro.
"Nós temos toda a regulação, mas não tínhamos como fiscalizar exatamente se esses teores estão sendo mantidos. A partir desse laboratório, teremos condições de fazer essa análise com bastante detalhamento".
Vera destacou que apesar de haver um número grande de adolescentes do sexo feminino começando a fumar, a prevalência do tabagismo vem diminuindo. Segundo ela, em 1989 a prevalência de tabagismo era da ordem de 32% e atualmente a taxa está próxima de 18%.
Por cauda da grande quantidade de adolescentes que começam a fumar, Vera Colombo revelou que o Inca já desenvolve o programa de controle do tabagismo nas escolas, com jovens entre 16 e 17 anos. "Temos um programa voltado justamente para essa faixa etária, no qual eles são orientados e recebem informações junto com as disciplinas escolares".
Uma das dicas que Vera Colombo dá para quem quer parar de fumar é diminuir gradualmente a quantidade de cigarros por dia. "Um exemplo, se o indivíduo fuma normalmente o primeiro cigarro às 7 horas da manhã, ele vai passar a fumar às 8 horas no dia seguinte, às 11 horas no outro dia e assim sucessivamente".
Sobre os produtos com as marcas light e baixos teores, Vera afirma que esses cigarros liberam a nicotina da mesma forma que qualquer outro. A única diferença é que mascaram os efeitos de algumas substâncias tóxicas.
Ela também falou da relação entre pobreza e tabagismo. De acordo com a pesquisa sobre orçamento familiar do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), quem tem renda menor ou igual a dois salários mínimos gasta oito vezes mais com tabaco do que uma família com renda acima de 30 salários mínimos.