Brasília, 29 (AE) – O Tribunal de Contas da União (TCU) entregou hoje (29) ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a lista com 2.451 nomes de pessoas que tiveram suas contas consideradas irregulares e não podem se candidatar nas próximas eleições. Entre eles, a ex-primeira-dama Rosane Collor e Antônio Rogério Magri, ex-ministro do Trabalho do governo de Fernando Collor. A surpresa na relação é a presença de quatro ex-governadores (três deles do Acre e um do Amapá) e do juiz Nicolau do Santos Neto, acusado pelos desvios de R$ 165 milhões da construção do Fórum Trabalhista de São Paulo, além de outro presidente do Tribunal Regional do Trabalho, de São Paulo, Délvio Buffulin.
Segundo o presidente do TCU, Valmir Campelo, além da lista entregue hoje (29) ao presidente do TSE, Sepúlveda Pertence, o tribunal ainda possui uma nova relação, com seis mil nomes, de pessoas que poderão ficar na condição de inelegíveis, mas que aina estão com seus processos em grau de recurso, mas a maioria não são de agentes públicos. Campelo não quís adiantar nomes. O rol de inelegíveis foi também enviado à Câmara dos Deputados, Senado, Presidência da República e Tribunais Regionais Eleitorais (TREs).
A ex-primeira-dama Rosane Collor tornou-se inelegível por causa de sua atuação durante o governo do marido, Fernando Collor, quando ocupou a presidência da extinta Legião Brasileira de Assistência (LBA). O documento entregue hoje (29) ao TSE não mostra em quais processos ela foi condenada e nem os valores que teria que devolver ao erário. No mesmo caso está Antônio Rogério Magri, também ex-ministro de Collor. Ele esteve envolvido no escândalo do Canal da Maternidade, no Acre.
Também por não terem tido suas contas aprovadas pelo TCU foram condenados e considerados inelegíveis, os ex-governadores acreanos, Flaviano Melo, Romildo Magalhães e Orleir Camely. Os três antecederam o atual governador Jorge Viana, que está em seu segundo mandato. Melo, dirigiu o Estado até 1986, quando foi eleito para o Senado. Romildo Magalhães assumiu o cargo em 1994, com a morte do governador Edmundo Pinto, enquanto que Camely ficou até 1998, quando Viana foi eleito pela primeira vez.
Na relação entregue ao TSE, estão poucos nomes de políticos conhecidos, mas figura o folclórico deputado federal Nabi Abi Chedid e o ex-presidente da Empresa Brasileira de Turismo (Embratur) Ronaldo Monte Rosa. Por irregularidades no extinto Instituto Nacional dos Esportes (Indesp), ficou também inelegível Asfilófio de Oliveira Filho, ex-auxiliar do então ministro do Esporte, Edson Arantes do Nascimento, o Pelé. Até recentemente, Oliveira Filho era assessor da ex-ministra da Assistência Social Benedita da Silva.
O relatório feito pelo Tribunal de Contas da União relaciona Maurício Hanseclever, ex-diretor do extinto Departamento Nacional de Estradas e Rodagens (DNER) e o ex-governador do Amapá Aníbal Barcelos. Mas, segundo o depois da entrega do documento, caberá ao TSE decidir se as pessoas estão mesmo inelegíveis. Na relação consta nomes de diversos ex-prefeitos, principalmente de pequenos municípios do País.
TCU apresenta lista com nome de 2.451 inelegíveis
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