A taxa de desemprego na Região Metropolitana de Curitiba em fevereiro foi de 9,0%, representando um aumento de 15,4% em relação ao índice de janeiro (7,8%). Isso significa que o número de desempregados saltou de 103 mil para 116 mil, de acordo com a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) divulgada ontem pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na avaliação da diretora do Centro Estadual de Estatística do Ipardes, Sachiko Araki Lira, o aumento do desemprego reflete um comportamento tipicamente sazonal, pressionado pelo fim das contratações temporárias de final de ano. “Até março, deve haver crescimento da taxa, mas a partir de abril ou maio, a tendência é diminuir se não houver nenhum sobressalto no cenário econômico”, projeta. Apesar da variação elevada, a RMC registrou a segunda menor taxa de desemprego do País, atrás de Porto Alegre e Rio de Janeiro (ambas com 8,6%). A mais alta foi a de São Paulo (13,6%).
A PME de fevereiro apontou crescimento de 0,6% na População em Idade Ativa (pessoas com 10 anos de idade ou mais) da RMC, que somou 2,227 milhões. A População Economicamente Ativa (empregada ou procurando trabalho) teve um pequeno decréscimo (-0,2%), totalizando 1,315 milhão de pessoas. A taxa de atividade (relação entre PEA e PIA) caiu de 59,5% para 59,1%. O número de ocupados diminuiu 1,5%, passando para 1,197 milhão. Deste total, 70,3% eram empregados, 22,1% trabalhavam por conta própria e 6,9% eram empregadores. Entre os empregados, 47,6% tinham carteira de trabalho assinada e 16,4% não.
Em fevereiro, cresceu a ocupação em: administração pública, seguro social, educação, saúde e serviços sociais (1,7%); comércio, reparação de veículos automotivos e de objetos pessoais e domésticos, e comércio varejista de combustíveis (1,2%); e indústria extrativa e de transformação, produção e distribuição de eletricidade, gás e água (0,9%). Tiveram redução no nível de emprego: intermediação financeira e atividades imobiliárias, aluguéis e serviços prestados às empresas (-9,0%); serviços domésticos (-8,6%); outros serviços (-2,0%) e construção civil (-1,9%).
Rendimento
O rendimento médio real efetivamente recebido pelos trabalhadores da RMC em janeiro de 2003 foi de R$ 773,90, valor 19,4% inferior ao de dezembro de 2002 (R$ 960,45). “A queda ocorreu por causa das gratificações recebidas em dezembro (décimo terceiro, comissão de venda)”, assinalou Sachiko. Foi o quarto valor entre as regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE. O mais alto foi o de São Paulo (R$ 1.020,90) e o menor o de Recife (R$ 592,20).