São Paulo – A taxa de desemprego nas regiões metropolitanas de São Paulo, Recife, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador e Distrito Federal foi de 16,9% em abril, contra 16,6% em março, de acordo com a Pesquisa de Emprego e Desemprego – Mercado de Trabalho Metropolitano realizada mensalmente pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) e pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), ambos de São Paulo.
No mês de abril, o contingente de desempregados foi de 3,238 milhões de pessoas, 67 mil a mais do que no mês anterior. Comparado ao mesmo período do ano passado, o nível de ocupação cresceu 2,7%, com 415 mil ocupações nas seis regiões pesquisadas. Nos últimos 12 meses, a taxa de desemprego total diminuiu de 18% para 16,9%.
Segundo o coordenador de Análise do Seade, Alexandre Loloian, o aumento da taxa de desemprego se deve ao crescimento baixo da ocupação em relação à quantidade de pessoas que se apresentaram ao mercado de trabalho. ?O crescimento da ocupação foi quase estável, com variação de 0,2%, e nós tivemos uma pressão maior por parte das pessoas que precisam trabalhar. Isso fez com que a taxa aumentasse?, explicou.
Segundo a pesquisa, foram geradas 37 mil novas ocupações.
Loloian explicou que a estabilidade não é normal nesse período, já que o primeiro trimestre é um período de ajuste de final de ano e de reavaliação do ritmo dos negócios ao longo do ano, com retomada do nível de ocupação. ?Neste abril essa retomada foi praticamente nula e isso tem a ver com uma situação de indefinição ou pelo menos com a não repercussão do nível de atividade com o nível de emprego?.
O comportamento das seis regiões pesquisadas foi diferenciado. Em Porto Alegre houve aumento de 5,4%; em São Paulo, 2,5%; em Salvador, 2,2%; no Distrito Federal, 0,5%, e em Belo Horizonte foi registrada queda de 2,2% e em Recife 1,9%.
De acordo com Loloian cada região tem suas características próprias, o que interfere nesse resultado. ?A dinâmica do emprego em Salvador e Recife é muito diferente de uma região como Belo Horizonte, Porto Alegre e São Paulo, que têm um componente forte da indústria e dos serviços produtivos ligados à indústria e ao comércio?.
Na avaliação de Loloian o câmbio é um dos elementos de incerteza que interfere no desempenho de algumas regiões onde predominam os segmentos de exportação. Por outro lado outras regiões sentem o efeito inverso por importarem insumos e produtos. Mas, segundo Loloian, além do câmbio há também os juros ainda não adequados à retomada forte de investimentos e crescimento econômico. ?Também há uma série de outros elementos ligados à logística e tributação que ainda faz o Brasil sofrer?.