Brasília ? Desde o início do atual governo, a taxa básica de juros da economia brasileira apresentou um período longo de queda e outro, também longo, de alta. O primeiro ocorreu de junho de 2003 a abril de 2004. O segundo, de elevação, durou de setembro de 2004 até maio deste ano. A partir de então, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central iniciou um novo processo de queda da taxa do Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) ? usada como referência básica para as taxas cobradas por bancos.
No final de 2002, o risco país, que mede a confiança dos investidores, chegou a atingir 2000 pontos e a projeção da inflação em 12 meses chegou a 40%. Em 14 de outubro daquele ano, o Copom realizou uma reunião extraordinária para elevar a Selic – que vinha sendo reduzida, em três pontos percentuais. A taxa passou da posição em que estava desde julho, de 18%, para 21% ao ano.
Em outubro a reunião ordinária manteve a taxa em 21% ao ano. A partir desta taxa, os aumentos foram acontecendo mês a mês. Em novembro a elevação foi de um ponto percentual e em dezembro, de três pontos, ficando em 25% ao ano. Em janeiro de 2003 aumentou um ponto percentual e em fevereiro atingiu o maior índice, 26,5% ao ano, colocando o Brasil em primeiro lugar no ranking das maiores taxas de juros do mundo.
Aos seis meses do governo Lula, o Banco Central reduziu a taxa para 26% ao ano. Naquele momento, a expectativa de inflação em 12 meses havia se reduzido para 7,7%. A partir de junho, o BC deu início à trajetória de redução que levou a taxa para 16% ao ano em agosto de 2004. Em setembro de 2004, o Copom voltou a iniciar uma nova política de ampliação da taxa, que só terminou em maio deste ano. Com a redução de hoje, para 19%, confirma-se uma nova tendência de baixa.