Os advogados do professor e biólogo Luis Felipe Manvailer, acusado de matar a esposa, a advogada Tatiane Spitzner, classificaram como “peça vazia e de ficção” a denúncia do Ministério Público (MP). No documento apresentado à 2ª Vara Criminal de Guarapuava, na região centro-sul do estado, eles pedem que a juíza Paola Gonçalves Mancini considere improcedente o pedido do MP.
A suspeita é de que a advogada tenha sido jogada pelo companheiro do 4º andar do prédio onde eles moravam, no dia 22 de julho. O crime ganhou ainda mais impacto depois que vieram à tona imagens que mostram agressões sofridas pela vítima momentos antes de morrer. Na sequência registrada pelas câmeras de segurança do prédio, é possível ver o professor estapeando e chutando a mulher dentro do carro, na garagem e no elevador.
Os vídeos ajudaram a embasar a denúncia oferecida pelas 10ª e 12ª Promotorias de Justiça de Guarapuava. Luis Felipe, que está preso, é acusado dos crimes de homicídio, com quatro qualificações (impossibilidade de defesa, feminicídio, meio cruel e motivo torpe), cárcere privado e fraude.
A defesa
Na defesa apresentada ao Judiciário, os advogados alegam que não há “o mínimo respaldo probatório” na denúncia do MP. Dizem que o órgão não foi capaz de “indicar quando, onde e de que modo” Tatiane morreu. A defesa afirmou ainda que, segundo a denúncia, a advogada teria morrido duas vezes: “primeiro, por asfixia mecânica, dentro do apartamento; e depois, ao colidir com o chão”.
Segundo os advogados, “os fatos não estão adequadamente descritos, o que dificulta o exercício da ampla defesa”. A defesa ainda pediu uma perícia nos celulares dos quais foram retirados prints de uma suposta conversa entre Tatiane e uma amiga, cujos diálogos, em que ela mostrava descontentamento com a relação do casal, teriam sido “pinçados e retirados do seu contexto histórico”. “Luis Felipe Manvailer é inocente de todas as imputações lançadas contra si”, diz o documento.
Ao portal G1, o Ministério Público informou que os crimes imputados na denúncia a Luis Felipe Manvailer estão embasados em provas produzidas na investigação.