Tasso Jereissati diz que PSDB vai mostrar que Lula “não foi vítima”

A campanha presidencial do PSDB deve ter como diretriz o que o presidente da legenda, senador Tasso Jereissati (CE), classificou como "mostrar a verdade sobre Lula". Em entrevista coletiva após evento para investidores, em Nova York, Jereissati disse que o partido pretende mostrar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não foi vítima de seus amigos e assessores nos recentes escândalos de corrupção.

"Lula não foi marcado pelos enormes escândalos de corrupção. O PT foi atingido, o governo dele foi atingido e ele (Lula) tem sido hábil em se colocar como vítima. Ele derrubou Dirceu (ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu), derrubou Palocci (ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci), derrubou Delúbio (ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares), que era um de seus principais amigos, e derrubou o pobre do Silvinho Pereira (ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira), como (se fosse) um maluco", afirmou.

Então, disse o senador, o PSDB deverá "mostrar que é impossível (Lula) ser vítima e ter sido traído por todos os seus amigos e assessores". Jereissati reconheceu que os ataques criminosos em São Paulo causaram abalo na candidatura do ex-governador do Estado Geraldo Alckmin à Presidência da República. "Em um primeiro momento", ressalvou. Mas acrescentou que a questão da segurança é um problema de todos em cidades grandes. "Não é só um problema de São Paulo.

Assim, a campanha do PSDB deverá tratar de proposta da sigla para promover o que chamou de "legislação mais realista para combater as organizações criminosas, a partir do desmantelamento delas". Jereissati avaliou a existência de duas polícias trabalhando separadamente nos Estados como "um sistema antiquado e ineficiente". "Às vezes, (as polícias) competem (entre si) e, às vezes, são antagônicas. Assim, reduzem eficiência e são mais caras", completou, ao reconhecer que qualquer mudança na área irá enfrentar resistências das corporações.

O presidente do PSDB também destacou a necessidade de maior policiamento nas fronteiras contra a entrada de drogas e armas. Segundo ele, o que está acontecendo em São Paulo não é apenas um problema social, é "crime organizado pesado".

Para Jereissati, os ataques recentes ao Estado paulista não decorrem de miséria, decorrem do narcotráfico. Ele vê necessidade de "mudança profunda na legislação e de atuação firme do governo nas fronteiras".

Para o senador, é hora de todos fazerem mea-culpa sobre a escalada da violência. "Essa legislação (que foi aprovada na terça-feira pelo Senado e que ainda precisa ser aprovada pela Câmara) está dormindo no Senado há três anos. O ministro Marcio Thomaz Bastos (Justiça) tem de fazer mea-culpa também, pois não deixava a legislação ir para frente, dizendo que era ‘legislação de pânico’.

O líder tucano afirmou que é particularmente importante a alteração da legislação, porque ela está voltada para o preso político, protegendo-o contra o Estado. "Agora, que não existe mais preso político, temos que mudá-la. Penitenciárias e presos têm de ser vistos de forma diferente do que no período da Constituinte, por exemplo", finalizou.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo