O presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), acusou hoje presidente Luiz Inácio Lula da Silva de ter participação na violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa, o "Nildo". De acordo com Jereissati, a quebra ilegal do sigilo bancário de "Nildo" é o maior atentado à democracia brasileira desde as torturas praticadas durante a ditadura militar. "O esquema concatenado para desmoralizar o depoimento do caseiro à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos Bingos remete ao presidente da República", disse. "O uso da máquina pública está muito claro desde o princípio. O governo montou uma trama contra a democracia e o episódio da violação do sigilo bancário do caseiro é um capítulo desse enredo", afirmou.
A suspeita de envolvimento do governo no caso foi reforçada pelo senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT). "Os atos não foram isolados. Lula sabia ou não da maior violência contra a democracia depois do golpe de 64?", questionou. "Não podemos deixar essa história pela metade", acrescentou. Para Barros, ele é o grande cúmplice do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci na quebra ilegal do sigilo.
O senador do PSDB do Mato Grosso defendeu ainda a convocação de Palocci pela CPI, bem como uma acareação entre ele e o ex-presidente da Caixa Econômica Federal (CEF) Jorge Mattoso Barros contou com o apoio do senador Álvaro Dias (PR). "Os dois estão mentindo muito. É preciso esclarecer a participação de cada um nesse esquema arbitrário", argumentou Dias.
O objetivo da oposição é tentar levantar no enfrentamento algum indício de envolvimento de Lula no caso da violação do sigilo do caseiro que acusou o ex-ministro da Fazenda de freqüentar uma mansão em Brasília alugada por envolvidos em irregularidades na prefeitura de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. Para Barros, a suposta participação do presidente no caso deve estar no centro das investigações. Mas há resistência no Senado a uma confrontação.
