Belo Horizonte – O Palácio do Planalto escalou o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, para reagir à denúncia de que integrantes do governo tentaram extorquir o grupo Opportunity em 2002 e 2003. "A fonte não é muito credenciada", disse o ministro. Em entrevista na tarde de hoje (11) no Planalto, Tarso desqualificou o depoimento prestado à Justiça americana por Verônica Dantas, executiva do Opportunity e irmã do principal dirigente do grupo, o banqueiro Daniel Dantas. O depoimento foi reproduzido em ofício encaminhado pelo Opportunity a um juiz de Nova York no qual se afirma que os petistas de tentaram obter "dezenas de milhões de dólares" do grupo. "Verônica é uma fonte que merece respeito como qualquer fonte comum, como um cidadão ou uma cidadã, mas não tem nenhum credenciamento para dar uma informação desse tipo", afirmou o ministro.
Tarso observou que a declaração de Verônica "não envolve o próprio governo, envolve o Partido dos Trabalhadores". De acordo com o ministro, "o que parece estranho é que a última notícia sobre o assunto é de que os pleitos do Opportunity não foram atendidos, foram duramente rejeitados pelo governo". Ao responder à observação de um repórter de que, segundo a denúncia os pleitos foram rejeitados justamente depois de o Opportunity ter supostamente resistido ao assédio do PT, Tarso respondeu: "Para nós do governo, essa informação não tem nenhuma credibilidade."
Na entrevista, o ministro disse que todas as fontes que atacam o governo começam a minguar . "É de pasmar. Agora, é uma irmã do Daniel Dantas nos Estados Unidos", afirmou. Nessa linha de raciocínio, Tarso acrescentou que a CPI dos Bingos "vem perdendo a sua eficácia e a capacidade de fazer investigações". Sobre Daniel Dantas, afirmou, ao final da entrevista: "É preciso se observar os precedentes do sujeito".
O ministro chegou a atacar o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que defendeu a ida de Lula ao Congresso para explicar os escândalos contra o governo. "A postura do senador Suplicy de protocolar uma carta no Palácio pedindo que o presidente dê explicações é totalmente inaceitável para qualquer tipo de parlamentar que tenha relação com o governo", disse. "Ele está mais preocupado em criar talvez um valor adicional para o seu mandato do que trabalhar para investigar os fatos que, em última análise, estão sendo trabalhados pela CPI."